sexta-feira, 29 de maio de 2009

A cultura do remix da idiotice engraçada

A princípio, é uma coisa de desocupado, mas que rende boas gargalhadas.

Um sujeito veste seu gatinho de estimação com uma roupa de bebê e segura-o de uma maneira que as patas toquem um teclado, desses teclados musicais. Pronto, está aí o “gato dos teclados” (“Keyboard Cat”), uma espécie de videocassetada que fez sucesso no Youtube na base do “viral”, ou seja, aqueles e-mails do “fulano, vê isto aqui...” que passam de caixa postal em caixa postal.

Aí um belo dia, alguém que achou graça no Keyboard Cat, achou mais engraçado ainda associa-lo a alguma outra videocassetada, desta vez, de alguém caindo ou pisando num cocô de cachorro, ou coisa parecida. Assim, a famosa queda de Caetano, já comentada aqui no Meu Blog, ganhou uma intervenção hilária do gato.

O gato, aqui, tem uma inteligente função de comentarista. As intervenções "em suspense" significam que alguém vai se dar mal, e quando dá, ele começa a tocar a musiquinha. Muito esperto.

Os estudiosos chamam isso de “cultura do remix”. Você mistura um vídeo a outro para criar uma outra coisa, uma outra ideia. Claro, vale para vídeo, música, foto, textos, enfim, fusões que tragam algo de novo ao mundo moderno do entretenimento.

O fenômeno do “Play Him Off”, como vem sendo chamados os vídeos do gato tecladista, é muito parecido com os dos “funks” surgidos a partir de declarações, discursos e até palestras famosas na web, como a hilária do Ariano Suassuna.

Aqui estão os vídeos, a partir do original, com o gatinho tocando teclado, o vídeo do Caetano e o do pastor, extraída de uma reportagem feita pelo Fantástico.

Play Him Off - Keyboard Cat original



Play Him Off – Caetano Veloso



Play Him Off – Pastor adúltero

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Para não ficar sem movimentar o Meu Blog, aqui vai minha crítica para o ótimo disco do Móveis Coloniais de Acaju, publicado no Jornal da Paraíba desta quinta-feira (28):

Delícia de feijoada búlgara
Por André Cananéa / ****

Daqui a pouco, quando 2010 terminar, críticos, blogueiros e gente que gosta de música vai começar com aqueles olhares revisionistas do que ficou de mais importante na primeira década do século 21 para a música brasileira. O noneto Móveis Coloniais de Acaju, sediado em Brasília, estará nessa lista, com certeza. O grupo é um dos mais significativos na era MySpace, e suas ações representam o modelo atual de como artistas e público consomem a música nestes tempos MP3. Na base do clique-a-clique, o Móveis alcançou fama, foi ovacionado em festivais e circulou pelo Brasil (passou por Campina Grande, mas João Pessoa ainda não).

Por isso, não é de espantar que o segundo e aguardado álbum do grupo, C_MPL_TE (Trama), seja distribuído, gratuitamente, na internet, por meio do selo Álbum Virtual, que disponibilizou não só a música em ótima qualidade, mas também encartes, letras, etc. O disco traz 12 faixas e tem produção do tarimbado Carlos Eduardo Miranda (Mundo Livre, Raimundos, Lobão Acústico MTV, etc.).

O Móveis ainda nada na praia do ska, Strokes, carnaval e polca e toda aquela festa que eles mesmos chamam de “feijoada búlgara”. O clima “festa-pra-gente-bacana” foi mantido em C_MPL_TE, mas os arranjos estão mais elaborados. Nos ingredientes da feijoada, sax, flautas, gaitas e trombone a gosto, mais guitarra, baixo e bateria.

Os desavisados que ouvirem o álbum vão notar uma certa semelhança com o Los Hermanos, seja nos metais mais contidos, como nas letras inteligentes - mas bem mais despretensiosas (vide “Lista de casamento”). É só ouvir “Adeus” e “O tempo”. Mas não é a sonoridade da banda carioca quem norteia o trabalho da banda, que esbanja personalidade. As letras são muito bem sacadas (“Cão-guia”, “Sem palavras”) e o vocalista André Gonzales é um dos melhores da temporada, conduzindo uma banda coesa e madura. O resultado é uma deliciosa feijoada com gostinho de quero mais.



Quer conhecer mais sobre o Móveis Coloniais de Acaju? Clique aqui.




sexta-feira, 22 de maio de 2009

Elba Ramalho, o amor e o forró

Não sei aí na sua cidade, mas aqui em João Pessoa, o forró e as comidas de milho já começam a tomar conta de bares e restaurantes. Ou seja, o São João já começou (e começa de verdade já na segunda-feira que vem, em Campina Grande, a 120 km de João Pessoa).

No embalo, disponibilizo aqui uma matéria que fiz com a conterrânea Elba Ramalho sobre o disco novo da cantora, Balaio de Amor (Biscoito Fino), que é um bom disco, dentro da proposta estética que ela procurou, o do forró tradicional.

A matéria foi publicada no Jornal da Paraíba do último dia 10 de maio.

Tem duas coisas que eu gostaria de destacar na matéria que você vai lê a seguir:

1) Elba criticando os forrós de plástico, que são uma verdadeira praga aqui na região. O que há de errado neles? Você tem a tarde toda para ouvir (ler)?? Então lá vai: os vocalistas são - sempre - muito desafinados; os arranjos são sempre chupados de algum outro lugar e, geralmente, executados sem a menor empolgação (já reparou nisso?), sem falar que são irritantes (tente fazer o exercício de ouvir a música sem o vocal, para ver o que sobra); sempre falam de amor, mas um amor totalmente fake, ou tão verdadeiro quando anilina azul; as rimas são muito ruins, o português é sofrível e, para encerrar por aqui, as letras estão sempre tratando mulher como gado e - isso me dá uma dor no coração - ELAS ADORAM! Ou, pelo menos, muitas que eu conheço e outras tantas que pagam R$ 15, R$ 20, R$ 30 (e vai subindo) para ver um show ou comprar um DVD desses ditos "artistas".

2) ao final do texto, você vai encontrar uma coordenada, onde Elba fala que tem vontade de gravar um outro álbum ainda este ano: ou um tributo a Chico Buarque, ou um CD com músicas de Zé Ramalho. Para mim, tanto um, quanto outro, estão de bom tamanho.

Elba todo amor
Cantora lança ‘Balaio de Amor’, disco de forró que aposta no talento de novos autores nordestinos
Texto: André Cananéa / Fotos: divulgação

Há dois anos, Elba Ramalho, 57, lançava um disco antenado, pop e contemporâneo. Produzido por Lula Queiroga, entre outros, Qual O Assunto Que Mais Lhe Interessa? rendeu à cantora paraibana seu primeiro Grammy Latino, um tremendo reconhecimento para quem faz música no Brasil.

O Grammy marca, segundo Elba, uma fase esplendorosa em sua carreira. “Estou na fase de cantar. Eu acho que estou cantando melhor do que nunca. E isso para mim é uma honra. A crítica, o público... todo mundo está falando que eu estou no auge da minha maturidade”, conta a própria Elba, por telefone, do Rio, ao JORNAL DA PARAÍBA.

É nesse alto astral que ela coroa seus 30 anos de carreira. E para celebrar o momento, lança um disco de forró, um disco de forró arretado. Balaio de Amor, que sai pela Biscoito Fino, é um álbum que, de acordo com a própria Elba, celebra o amor. “Desta vez, eu queria saudar o amor. Fazer um disco que pudesse ser romântico, que pudesse ser popular e pudesse animar o São João de cada pessoa aí do Nordeste”, conta Elba, que emenda: “Porque a música popular é a forma do meu trabalho”.

O amor vem da nova paixão da cantora: o sanfoneiro pernambucano Cézar Thomaz, o Cezinha, 24. Cezinha, ex-discípulo de Dominguinhos (a voz do jovem é igual à do mestre, diga-se de passagem) está na banda de Elba desde julho do ano passado e topou produzir o novo álbum da cantora, junto com ela.

“O Cézar foi o esteio desse disco”, assume Elba. “Muitos dos compositores que estão no CD, foi ele quem me apresentou”, continha. “Na verdade, o Cézar me inspirou muito nesse disco, me acompanhou, me direcionou, arranjou as músicas, fez o disco. Na verdade, eu queria dar esse destaque a ele, esse músico jovem muito talentoso”.

Cézar vem de uma família humilde do Recife. Começou a tocar sanfona, sozinho, aos 13 anos e logo já sustentava a família de oito pessoas com sua música. Caiu nas graças de Dominguinhos, que apresentou o jovem músico à Elba já há alguns anos. Em 2008, com a saída de Toninho Ferragutti, e de passagem por Recife, Elba lembrou-se do prodígio sanfoneiro e convidou-o a integrar seu grupo.

Cezinha reuniu um time de compositores de primeira para Elba cantar. É gente da nova geração, que brota tanto em Pernambuco, como aqui na Paraíba. Estão lá Xico Bezerra (“Se tu quiser”), Petrício Amorim e Rogério Rangel (“Um baião chamado saudade”), Maciel Melo e Anchieta Dali (“Bebedouro”), Flávio Leandro (“Fuxico”) e Accioly Neto (“Me dá meu coração”), entre outros.

“Eu queria mostrar que ainda é possível fazer um disco de qualidade, sem ser apelativo. Mostrar que tem gente nova, talentosa, aparecendo, e que não são bandas de quinta categoria fazendo um forró leviano e pornográfico. Queria fazer um disco para resgatar o que é bom, para a gente não matar a memória e não matar a honra da música nordestina”, discursou.

Balaio de Amor é um disco simples, de raiz. É a voz de Elba, a sanfona de Cezinha (que ainda canta com Elba em “É só você querer”, canção inédita de Nando Cordel), zabumba e triângulo (com um pouco de guitarra, baixo, bateria...). O mestre Dominguinhos dá o ar da graça em “Riso Cristalino”, parceria dele com Climério Ferreira, e além da nova geração, a cantora resgata o clássico “Não lhe solto mais”, de Antonio Barros e Cecéu. Bom todo, Balaio... é sim um disco simples e cativante.

Cantora quer lançar outro disco ainda este ano

Os 30 anos de carreira de Elba, no entanto, não irão se resumir a um bom álbum. Ao JORNAL DA PARAÍBA, a cantora revelou que, para o segundo semestre, quer lançar um outro disco. “Estou entre um tributo ao Chico Buarque, que está comemorando 30 anos do disco A Ópera do Malandro, que marcou minha estreia, ou então Elba Canta Zé Ramalho, que é um pedido dos fãs”, adiantou.

Por enquanto, certo mesmo é o disco que une Elba Ramalho e a Spok Frevo Orquestra, do Recife, programado para o carnaval do ano que vem. É, Elba está com todo gás.

Clique aqui para conhecer a página do novo CD no site da Biscoito Fino.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Paris em alta velocidade

Tem sabor de descoberta arqueológica.

Hoje pela manhã, na redação, o repórter e crítico de cinema do Jornal da Paraíba, Renato Félix, veio com um link do Youtube.

Paramos - eu, Renato e Astier Basílio, repórter e crítico de teatro e literatura - assistir a um curta-metragem de pouco mais de 8 minutos, rodado em Paris, na França, no distante ano de 1976 (eu tinha um aninho!).

Trata-se de um carro (possivelmente uma Ferrari), em alta velocidade, cirulando pelas ruas quaaaase vazias de Paris. Só isso. Sem edição, nem qualquer tipo de trucagem (incluída, aí, uma certa aceleração, utilizada em cenas de perseguição em filmes de sucesso). Tudo na vera.

O motorista? Ninguém mais, ninguém menos que o diretor francês Claude Lelouch (foto), de Um Homem, uma Mulher, Os Miseráveis, entre outros marcos do cinema.

O filme - intitulado C'était un rendez-vous (ou simplesmente Redezvous, como ficou conhecido nos EUA) - é cercado de lendas e se tornou o cult do cult. Uma delas é que ele teria sido detido logo após a primeira exibição do curta (afinal, dá para se perder bons pontos na carteira em um país sério com a maneira como ele dirigiu o carro - você vão ver no vídeo) e que ele estaria dirigindo sua Mercedes, não a Ferrari que o barulho entrega.

Se você quiser saber mais curiosidades sobre o curta, clique aqui (em inglês).


Quando a ficcção científica deixa de ser ficção

Quem está imerso no estudo e nas leituras dos comportamentos que movem a humanidade nestes tempos modernos – mais precisamente, nestes tempos pós-internet – tem um grande norteador: o de compartilhar.

Olhe ao redor: tudo, hoje em dia, é compartilhado. Você compartilha suas idéias em blog, compartilha seus gostos, suas fotos e até seus relacionamentos no Orkut, compartilha dicas, ensinamentos, música, livros, textos, imagens, filmes, séries e tudo o mais que move seu cotidiano com uma infinidade de pessoas.

Todo esse preâmbulo para dizer: vi este vídeo aqui e quis compartilhar com vocês, meus queridos 22... oops, agora são 23... leitores.

É um especial de pouco mais de 20 minutos que a GloboNews levou a ar esta semana, dentro do programa ‘Espaço Aberto – Tecnologia’ – diga-se de passagem, este e a coluna Conecte, que vai ao ar todas as quintas-feiras, pelo Jornal da Globo, são meus programas favoritos, hoje.

O programa relaciona as idéias que os visionários escritores de ficção científica do passado tiveram e os que acabaram se tornando parte do nosso dia-a-dia.



Espero que vocês curtam tanto quanto eu curti.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pedro Pedra, o filme

Pedro Pedra - O Filme, acabou de ganhar seu primeiro teaser. E, pelo que acabo de ver, aposto que é uma mais promissoras produções rodadas em João Pessoa por estes dias.



O curta de 14 minutos, baseado em fatos reais, conta a história de um garoto que vai até as últimas consequências para conseguir drogas.

Lembro quando Rizemberg Felipe - ou apenas Berg para os amigos - comentou comigo que tinha visto a notícia nos jornais e que isso daria um curta. Isso não faz muito tempo, mas vamos voltar essa história para o começo.

Conheço Berg há, seguramente, dez anos. Trabalhamos nos Diários Associados aqui de João Pessoa e viemos juntos para o Jornal da Paraíba, em 2001. Logo, eu encontro Berg todo santo dia, desde 1999. Talentoso com imagens estáticas, aposto nele também nas imagens em movimento.

Berg sempre foi ligado em filmes e artes plásticas, sobretudo. Até que um dia, no ano passado, me disse que iria investir em um sonho: estudar cinema em Nova York. E que sonho! Do nada, lá estava Berg tirando o passaporte e embarcando para os States.

Foi estudar no renomado New York Filme Academy, pode onde passaram alguns alguns dos pequenos notáveis cineastas e videastas espalhados pelo mundo.

Durante 30 dias, ouviu dicas e ensinamentos de gente que já ensinou profissionais da Globo e gente do mundo inteiro. E teve a oportunidade de estudar ao lado de cineastas do mundo todo - inclusive um músico e ator irlandês, Glen Hansard, ganhador de um Oscar por Once/Apenas Uma Vez (à esquerda de Berg, na foto abaixo - e olha o cartaz do filme lá atrás!).

Ainda não sei se o curso fez de Berg um grande diretor. Além de trabalhos em vídeo para o curso, sua estreia ainda não aconteceu, mas nos deixa com uma boa expectativa.

Uma coisa eu posso dizer: conheço pouca gente com a sagacidade, inteligência e criatividade de Berg. Por isso, aposto em Pedro Pedra antes mesmo dele nascer.

As gravações do curta podem ser acompanhadas pelo blog oficial.

Clique aqui para ver uma matéria que o Bom Dia Paraíba levou ao ar na terça-feira (19).

Cinema Sucateado II - A Missão

Hoje, publiquei uma matéria no Jornal da Paraíba sobre o estado do Box Cinemas. Nela, está a resposta da direção do cinema sobre os fatos relatados no post anterior.

Aqui vai a matéria, na íntegra:

Sessões ‘problemáticas’ têm sido frequentes no Box Cinemas de JP
Direção diz que providências estão sendo tomadas e anuncia 3D até dezembro

Por: ANDRÉ CANANÉA


A primeira sessão da sala 5, do Box Cinemas, domingo passado, foi digna de O Destino do Poseidon - para não dizer Titanic. Projetor quebrado, atrasos, mudança de sala, gente correndo e – pior – ar condicionado sem funcionar. Esta foi a aventura de quem quis assistir a Anjos e Demônios lá, na sessão das 14h30, como este repórter, que pagou para ver na sala 5 (292 lugares) e acabou vendo na 8 (137 lugares), num calor dos diabos, se me permitem o trocadilho.

É com uma frequência surpreendentemente desagradável que as sessões no Box vêm sendo interrompidas, ou simplesmente não acontecem. Relatos que chegam à redação dão conta de que, só nos recentes Watchmen, X-Men Origens: Wolverine e o nacional Divã, ou a projeção estava fora de foco, ou a sala estava superlotada, ou o filme simplesmente parou na metade da exibição.

Além disso, o cinema está com uma aparência feia, de abandono. Os letreiros que trazem os horários do filme estão apagados. As sessões estão coladas em uma cartolina branca sobre os cartazes dos filmes, junto à bilheteria.

Por e-mail, a direção do Box fala das dificuldades em obter peças para a manutenção do equipamento. A peça para o letreiro já está a caminho e o painel deve voltar a funcionar até o final desta semana. “O mesmo acontece com os equipamentos de som e projetores. São equipamentos importados e delicados”, justifica Rosa Maria Vicente, da direção da empresa.

Mas Rosa diz que as providências estão sendo tomadas. “Trocamos a gerência com intuito de melhorar o atendimento e a operação do cinema”, informa. No e-mail, ela também conta que, semana passada, a empresa que presta manutenção ao Box Cinemas de João Pessoa fez uma manutenção nos projetores e equipamentos de som e o ocorrido no domingo passado foi “pura falta de sorte”.

“Estamos fazendo investimentos também na área de equipamentos, que podem ser sentidos/vistos pelo público. Nas salas 3 e 4, além dos projetores 35 mm, também estamos com projetores digitais. Divã, por exemplo, está sendo exibido na sala 4 em cópia digital”, escreve Rosa, que avisa: até o fim do ano, o Box tem planos de investir em uma sala 3D em João Pessoa.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Força estranha" derruba Caetano!

Tá todo mundo falando da queda de Caetano Veloso, num show, sábado passado, em Brasília.

Enquanto cantava "Força estranha", de Roberto Carlos, Caetano começou a andar e caiu do palco.

A queda da piada pronta: "Força estranha" derruba Caetano... kkkkkkk.

Para quem não viu, aqui está:



Clique aqui para ver a música na íntegra.

Cinema sucateado

Para os mais de 270 espectadores que lotaram a sala 5 do Box Manaíra, em João Pessoa, na sessão das 14h30 do domingo (17), o filme Anjos e Demônios (EUA, 2009), foi um verdadeiro inferno.

Quem comeu “nas carreiras”, como se diz por aqui, para chegar na hora da sessão, quase teve uma indigestão quando uma senhora – a gerente – gritou, lá da portinha da sala: -A gente teve um probleminha no projetor e vamos atrasar 20 minutos!

Ou seja, a sessão, de 14h30, foi para 14h50.

Poucos foram os que desistiram e a sala – com capacidade para 292 pessoas – permaneceu lotada.

A sucessão de desastres começou mesmo quando euzinho aqui, inventei de ir lá, saber o que houve. A gerente explicou que o rolo com o filme ficou preso no projetor, eles estavam tendo dificuldades e a sessão só iria começar lá pelas 15h40.

Aí não... eu, que sai de casa para ver um filme às 14h30, teria que esperar 1 hora e 20 para começar a assisti-lo? E ainda em outra sala (a 6, menor, com capacidade para 188 pessoas). Ora, se eu escolhi o Box exatamente porque a sala 5 é a que tem a tela maior e o som "menos ruim" de João Pessoa, teria que me contentar com outra sala - ou ter o dinheiro de volta. Aí não.

A solução foi pior que a encomenda. E todo mundo foi transferido sala 5 para uma sala menor ainda, a 8 (137 lugares), às 15h10.

Foi um pandemônio que só estando lá para ver.

Gente correndo, em debandada, para garantir um lugar.

Imagino a cara de quem estava lá, tranquilo, esperando a sessão de Star Trek (marcada para às 15h), e ver a sala ser tomada por uma multidão ensandecida, afinal, acomodar um público de umas 270 pessoas – já que a sala 5 estava, seguramente, com 80% de sua capacidade – para uma sala de 137 lugares (pouco menos da metade da sala 5) é uma seleção braba.

Da porta, algum funcionário gritou: -O pessoal que quer ver Star Trek, por favor me acompanhe.

Ou seja: o pessoal que comprou ingressos para a sala 8, para ver o novo Jornada nas Estrelas, naquela hora, por favor, pague o pato! E sobrou para os coitados dos trekkers! Nem sei o que houve com eles.

Depois que uma parte do público - que saiu de casa para ver Anjos e Demônios às 14h30 na sala 5 - ter se acomodado, e outras tantas terem ido embora, a sessão, com 40 minutos de atraso, enfim, começou. E o ar-condicionado pifou.

Pois é. Você pensou que a jornada tinha chegado ao fim? Nada disso... um calor dos infernos tomou conta da sala e ficou difícil qualquer cristão se concentrar nas investigações de Robert Langdon para desbaratinar uma conspiração dentro da Igreja Católica.

Assistir a mais de duas horas de um filme, numa sala lotada e fechada, é a coisa mais desconfortável que alguém possa imaginar. Numa das cenas, onde há um incêndio, eu praticamente sentia as labaredas lambendo meu rosto, do calor que estava fazendo.

E logo no fim de semana em que os ingressos subiram de R$ 12 (em qualquer horário do fim de semana) para R$ 15 (R$ 13, para quem optar pelas sessões anteriores às 17 horas).

Nova reclamação e a contra-argumentação de que técnicos estavam trabalhando no ar-condicionado. O ar voltou faltando cinco minutos para o filme acabar.

Bem, o motivo deste post foi só o de compartilhar com quem gosta de ver filme em cinema – quem acredita no poder mágico da sala escura e tela grande – sobre o sucateamente do mais “sofisticado” (e caro) cinema de João Pessoa. É vergonhoso que o público - embora menor que capitais como São Paulo e até Recife - seja tratado com tanto desdém.

Numa era em que as salas investem em alta tecnologia – som THX, projeções 3-D e I-Max - ir ao cinema no Box do Manaíra Shopping chega a ser uma experiência sinistra – não estranhe se você se sentir Will Smith na Nova York de Eu Sou a Lenda.

O abandono do complexo, desde o hall sem vida, até o painel da bilheteria, onde ficam as sessões e os horários para os filmes, quebrado há dias – os horários podem ser vistos em papeis improvisados, colados em cima do painel –, passando por projetores e som defasados e sucateados (desculpem a repetição do termo, mas é proposital mesmo) é de dar desgosto.

E não é de hoje. De um ano para cá, o Box vem colecionando exibições desastrosas, perpetuadas por fãs frustrados que saem de casa para quebrar a cara. Teve Shine a Light, com os Rolling Stones, um filme-show, cujo som, na sexta-feira de estréia, foi um verdadeiro desastre.

Depois, eu mesmo fui ver Indiana Jones e a Caveira de Cristal e a projeção estava sem foco. E tive que ouvir da gerência, à época, que era porque a cópia era nova e eu esperasse alguns dias que era melhor. Ora, eu acreditaria muito mais se ele dissesse que era o equipamento sucateado, incompatível com novos rolos.

Depois fui ver Operação Valquíria e havia um barulho irritante na sala 6... um trac, trac, trac que me fez, até, odiar o filme estrelado por Tom Cruise.

E a estréia de Watchmen, dias atrás, repercutiu até na imprensa daqui. Imagem fora de foco, som ruim e o escambau revoltaram os fãs ansiosos da lendária HQ.

Hoje, é mais relaxante (e mais barato) ver um filme em casa num home-theater do que no Box. E aí vão botar a culpa na crise, botar a culpa nos piratas? Sem o mínimo de qualidade e conforto, os que ainda tem dinheiro para investir (isso mesmo, o preço é tão alto que ver um filme no cinema virou investimento) vão preferir investir mesmo é num bom equipamento caseiro... e ser feliz assim.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Equipe de Tropa de Elite prepara filme sobre Mensalão

Acaba de chegar, via assessoria de imprensa:

O site RG Vogue revelou com o novo projeto de Marcos Prado, produtor de Tropa de Elite. Trata-se de um filme sobre o triste episódio do Mensalão, com direção de José Padilha, e que deve ser lançado antes das próximas eleições presidenciais.

"Vamos contar o que aconteceu com o Roberto Jefferson”, revelou o carioca. “Com todos os detalhes. Queremos mostrar porque ele foi para a mídia contar o que contou. É para mostrar o tamanho de corrupção que a gente vive, em todos os níveis”, explicou.

Outra revelação de Prado ao site é sua própria estréia na direção cinematográfica, em Paraísos Artificiais, segundo ele “um filme sobre a confusão dos jovens, a busca da identidade, os caminhos que levam às drogas sintéticas. Sem apologia, sem moralismo".

É... deve rolar um "Pede para sair, seu deputado zero-2"!!!!

domingo, 10 de maio de 2009

Ney Matogrosso (en)canta neste domingo, em João Pessoa

E o IV Cineport chega ao fim. Amanhã (segunda-feira), farei uma breve avaliação do que eu - pessoa física - achei do festival. Não faço hoje, porque hoje é domingo e quero ficar com a minha mãe, né?

A lista dos vencedores do IV Cineport já saiu. Clique aqui para conhecer os vencedores.

Neste domingo, a grande pedida do Cineport é o lançamento do vídeo O Herdeiro do Avôhai , sobre Zé Ramalho.

Além de dia das mães e do último dia do IV Cineport, hoje também tem show de Ney Matogrosso em João Pessoa.

A capa do caderno Vida & Arte do Jornal da Paraíba deste domingo é o grande Ney. Traz uma rápida entrevista que eu fiz com ele, onde ele fala do show 'Inclassificáveis' e do seu próximo projeto, o álbum Beijo Bandido.

A seguir, a matéria que saiu no jornal neste domingo:

Ney volta deslumbrante
Por: ANDRÉ CANANÉA

Quem está de volta a João Pessoa é Ney Matogrosso. Traz, desta vez, a aclamada turnê Inclassificáveis, show que vem percorrendo o país há dois anos. Agora, o cantor, que é um dos maiores intérpretes vivos da música brasileira, se dedica ao pop-rock, depois de servir – e bem – ao samba. O show, coroado pela Cabo Branco FM, será no teatro Paulo Pontes e está previsto para começar às 20h.

Ney não se apresenta por aqui desde o show Vagabundo, espetáculo que uniu o cantor ao grupo Pedro Luís e a Parede no palco do Espaço Cultural. Agora, Ney traz ao Paulo Pontes toda a pompa e o brilho de Inclassificáveis, com direito ao esplendoroso figurino assinado por Ocimar Versolato.

Os sambas de Cartola e Noel Rosa dão lugar aos hits de Cazuza (“O tempo não pára”, “Pro dia nascer feliz”), Los Hermanos (“Veja bem, meu bem”), Arnaldo Antunes (“Inclassificáveis”), Chico Buarque e Edu Lobo (“Ode aos ratos”), Caetano e Gil (“Divino maravilhoso”) e até Jorge Drexler (“Sea”). Tem também autores novos, como o ator/compositor Dan Nakagawa (“Um pouco de calor”). Ao todo, a apresentação tem 20 números.

A mudança, o próprio Ney explica: “Eu vim de uma banda de rock e, de vez em quando, gosto de voltar a isso”, diz o cantor ao JORNAL DA PARAÍBA, por telefone, de Fortaleza. “Eu não sou uma pessoa de cantar um repertório específico. Eu canto tudo. Eu não sou compositor, então eu desfruto de tudo que a música brasileira oferece”, completa.

A banda de rock que marcou a estréia de Ney na música foi a antológica Secos e Molhados, da qual participou Emílio Carrera, músico de apoio que acompanhava Ney, João Ricardo e Gerson Conrad, e que assina a direção musical do espetáculo. “Eu fiquei 35 anos sem encontrar o Emílio. Um dia, eu fui fazer um show em São Paulo e fiquei ouvindo o disco do Secos e Molhados. Resolvi procurar o Emílio, conversamos e eu propus que ele montasse uma banda para mim”, comenta Ney.

E lá foi Emílio buscar músicos que pudessem acompanhar o pique de Ney. “Eu queria músicos novos, que não fossem conhecidos e que segurassem o tranco, porque eu não canto só rock. Eu canto de tudo e essa banda tinha que tocar de tudo”. Esses músicos acabaram sendo Carlinhos Noronha (baixo), Junior Meirelles (guitarra/violão), Sérgio Machado (bateria), DJ Tubarão (percussão e pick up), Felipe Roseno (percussão) e o próprio Emílio, que se reveza entre o piano e o teclado.

Mas ao contrário do que os fãs mais roqueiros dos artistas possam imaginar, Inclassificáveis é, mais do que rock, um show pop. “O show não tem nada a ver com o Secos e Molhados”, avisa aos desavisados. “Teria mais a ver comigo na década de 80, mais extrovertido e mais fantasiado”, acrescenta Ney.
Esse formato pop é até mesmo anterior à turnê passada, a intimista Canto em Qualquer Canto (que não passou por aqui). “O repertório já estava formado mesmo antes de ‘Canto em Qualquer Canto’, Fiz a turnê (Canto...) e abri novamente o repertório. Foi quando entrou ‘Inclassificáveis’”, revela. “Quando eu comecei a pensar nesse projeto, a única coisa que eu sabia era que iria começar o show com ‘O tempo não pára’ e que iria cantar ‘Ode aos ratos’”, completa.

Daqui, Ney segue para Maceió e Salvador e vai descendo. Fôlego, tem de sobra. “O contato com o público é muito instigante. Tudo que eu faço na música é pretexto para chegar ao palco. Minha meta é o palco, sempre”. A turnê Inclassificáveis está no finalzinho. Ainda este mês, Ney Matogrosso volta ao estúdio para gravar um novo disco, Beijo Bandido. O repertório, dessa vez, aponta em outra direção. Ney vai regravar estandartes “classudos” da nossa MPB, assinados por gente como Villa-Lobos, Chico Buarque e Tom Jobim. “É um projeto que eu já testei no palco, junto ao público e a receptividade foi muito boa”. O CD deve ter 14 faixas.

Clique aqui para ir ao site oficial de Ney Matogrosso.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Jornalismo... jornalismo... jornalismo...

Tá rolando na internet, de PC em PC, através de e-mail, blog, Orkut e Twitter... um apresentador sinceramente indignado com as passagens aéreas.

Tá, tô atrasado, mas se você, como eu, não tinha visto, mete bronca aí...

Agenda lotada nesta quinta-feira

E você, héin, que achava João Pessoa era uma cidade parada. Hoje (quinta-feira), o espaço do Vida e Arte do Jornal da Paraíba foi disputado à tapa, dada a quantidade de eventos que rolam por aqui nesta quinta.

Aqui vão os destaques:

IV Cineport - Hoje tem livro e filme sobre Emiliano Queiroz, exibição de Nome Próprio (foto acima... para ver trailer, clique aqui) e o seminal Aruanda, junto com Cineasta da Terra, de Manfredo Caldas, em mais uma homenagem ao paraibano Linduarte Noronha, além de show com o Flávio C, que está de volta depois de uma pausa de 10 anos.

Para ver a programação desta quinta-feira do IV Cineport, clique aqui.
Quer saber como chegar ao Cineport, clique aqui.


Música clássica - A Orquestra Sinfônica da Paraíba vai apresentar as peças 'Concerto em si menor para contrabaixo e orquestra de cordas', de G. Bottesini e a 'Sinfonia nº 3, op. 78 ‘Órgão’', de Saint-Saens, com regência de Marcos Arakaki e o solo do do convidado Pedro Gadelha (foto), contrabaixista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. A apresentação começa às 20h30, no Cine Bangüê do Espaço Cultural, com entrada gratuita.


Quer saber como chegar ao Cine Bangüê, clique aqui.



Billy Wilder - Clássico do cinema e noir definitivo, Pacto de Sangue (1944), um dos melhores filmes do ótimo Billy Wilder, será exibido nesta quinta-feira, ao meio-dia e 19h, dentro da programação Cine Arte, no Sesc Centro de João Pessoa. A entrada é gratuita.

Para ver o trailer de Pacto de Sangue, clique aqui.
Quer saber como chegar ao Sesc Centro, clique aqui.

Comédia em pé - Os humoristas Nil Agra, Murilo Gun e Ben Ludmer (foto) serão as primeiras atrações do 'Comédia no Boliche', que estreia nesta quinta-feira, às 20h, no Boliche do Manaíra Shopping. A apresentação leva a assinatura da Confraria do Humor, que vem popularizando o stand up comedy na cidade. Nil, Murilo e Ben fazem parte da novíssima geração de humoristas brasileiros que, de cara limpa, entretem o público, extraindo humor do cotidiano e transformando situações corriqueiras em piadas hilárias. Os ingressos custam R$ 40 (no dia do evento) e R$ 20 (antecipado e meia entrada). Informações confrariadohumor@hotmail.com ou 83-9179-2771.

Clique aqui para ver um vídeo do Murilo Gun.
Quer saber como chegar ao Manaíra Shopping, clique aqui.

Lançamento de livro - Paraibano radicado há anos em São Paulo, o jornalista Humberto Mesquita (foto) lança sua primeira obra em ficção nesta quinta-feira, em João Pessoa. Santa Brígida (Editora Ibrasa) foi inspirada na cidade onde nasceu e viveu Maria Bonita, companheira de Virgulino Ferreira, o Lampião. Foi numa visita à cidade que Humberto conheceu o personagem do seu novo livro: Paulo Calixto. “O livro é uma mescla de ficção e realidade e sua ação transcorre na infância e juventude de Paulo Calixto, que viveu na mesma cidade onde eu morei, no Engenho Gavião, na cidade de Alagoa Grande, na Paraíba”, explicou o autor.

Para conhecer mais sobre o livro, clique aqui.
Quer saber como chegar ao Zarinha Centro de Cultura, clique aqui.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Minha primeira vez...

Hoje quem acordou o galo fui eu!

Levantei cedo para dar uma entrevista no Bom Dia Paraíba, que começa às 06h30 aqui na Paraíba. A pedido da produção do programa, fui lá comentar a programação musical do IV Cineport.

Foi minha estreia como entrevistado. E, claro, isso dá um puta frio na barriga. Ainda mais quando me avisam pre'u ser rápido! E aí, minha cumadi, não tem quem segure a falta de prática para editar as respostas que brotam na cabeça, em tempo real.

Para quem não viu ou tem coragem de rever, é só clicar aqui!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Call Girl é adiado para quarta-feira


O aguardado filme Call Girl (foto), de Antonio Pedro Vasconcelos, não chegou a tempo para ser exibido nesta terça-feira (5) e foi substituído por Mal Nascida, de João Canijo

Acabei me atrapalhando e perdi o Onde Andará Dulce Veiga, de Guilherme Almeida. Na verdade, como editor de um jornal impresso, eu tenho na cabeça sempre a programação do dia seguinte. Então, imaginava que hoje era o filme do Zé do Caixão, que é amanhã.

Bastava eu ter me ligado no meu próprio blog! Dããã...

Mas ganhei a noite num outro papo extraordinário com o Vladimir de Carvalho, desta vez sobre o rock de Brasília. O premiado diretor paraibano tem muitos shows – Capital Inicial, Paralamas, Legião Urbana, Detrito Federal – gravados ainda nos anos 1980, entre eles, o lendário show do Legião no estádio Mané Garrincha, que deu o maior rolo.

Confira aqui a programação de quarta-feira!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cantora portuguesa faz tributo à Elis Regina no Cineport

Não estava nos planos. Queria ter montado uma barraca no Cineport durante o fim de semana, mas não rolou...

Aqui na redação, no entanto, meus jovens padawans Renato Félix e Astier Basílio me deixaram a par de tudo o que rolou no sábado e no domingo.

No domingo, não fui a Usina Cultural Energisa por uma missão igualmente nobre. Acabei me antecipando ao festival e assistindo, lá no meu 'Cine Cananéa', junto com Sílvio e Juliene Osias, a O Mistério do Samba, que passa no IV Cineport no sábado que vem.

Mas hoje estou de volta ao mundo do cinema de países de língua portuguesa.

E por falar em Portugal, nesta segunda-feira tem o show da cantora Susana Travassos, que entrevistei para o Jornal da Paraíba de domingo (3).

Susana me encantou por sua bela voz, sua afinação cristalina e sua interpretação calorosa. E também pelos seus hipnóticos olhos verdes.

foto: Francisco França/Jornal da Paraíba

Ela chega por aqui para lançar Oi, Elis, seu disco de estréia que revisita, com sotaque lusitano, o repertório gravado pela nossa saudosa Pimentinha.

Aqui está um vídeo, que pesquei do Youtube, com uma performance de Susana.



Este outro vídeo também é ótimo.

Dá para conhecer boa parte do repertório que ela vai cantar hoje acessando o MySpace dela.

Clique na figura abaixo para ver a matéria do Jornal da Paraíba com Susana


Infelizmente, perdi dois shows que queria ver muito: Hamilton Holanda (no sábado) e Jefferson Gonçalves (domingo). Já vi os dois em ação há algum tempo e tenho certeza que renderam performances memoráveis.

Clique aqui para conhecer a programação desta segunda-feira.

Clique aqui para ver a programação completa do IV Cineport.

sábado, 2 de maio de 2009

Sua benção, Vladimir

Sílvio, Vladimir e eu

Para mim, a primeira noite do Cineport teve um sabor todo especial.

Bati um papo muito legal com Vladimir Carvalho. Apesar de estar há 12 anos no ramo do jornalismo cultural, e já ter pautado minha equipe “n” vezes para entrevistar este, que é um dos grandes nomes do cinema, e é aqui da Paraíba, nunca tinha sido formalmente apresentado a Vladimir.

Hoje, através do meu amigo Silvio Osias, enfim, conheci o grande Vladimir Carvalho. Ao ouvir o sobrenome Cananéa, ele foi logo me perguntando:

-O que você é do Simeão Cananéa?!
- Eu sou neto, respondi.

O velho Simeão Cananéa foi juiz e morreu desembargador há pouco mais de um ano. Quando era juiz na cidade de Santa Luzia, conheceu o então jornalista Linduarte Noronha e deu a dica:

-Olha, tem uma comunidade de negros lá na Serra do Talhado (próxima à cidade de Santa Luzia).

Linduarte foi lá, fez uma matéria, voltou um tempo depois (já com Vladimir) e de lá saiu com... Aruanda!!!!

- Rapaz, o seu avô é uma figura fundamental para Aruanda. Sem ele, não haveria Aruanda. A gente deveria ter falado em Simeão Cananéa lá dentro.

Foi o que Vladimir me disse ontem à noite, referindo-se a solenidade de abertura, onde dividiu os holofotes com Linduarte.

Carece não, Vladimir. Só isso que você me disse, ali na frente de Sílvio e de Lílian, a boca miúda, já é uma grande homenagem à memória do velho Cananéa, e mais um item para minha coleção de orgulhos que sinto do avô que tive.

Passamos um tempo falando de Simeão Cananéa. Falei-lhe que tinha começado a fazer umas pesquisas para uma biografia do velho. Ele me sugeriu que eu gravasse algumas entrevistas em vídeo.

- Tem que ser em vídeo. É este o futuro, me disse.

Vladimir é uma pessoa magnífica, um ser humano exemplar. Além de ter um domínio absoluto sobre cinema, é uma pessoa encantadora, simples, envolvente. Você conversa 5 minutos com ele, e ele já é o seu melhor amigo de infância que você não via há anos.

Alguém me que me instigou a gostar de Cinema, com C maiúsculo. Com 10 minutinhos de papo.

Meu voto vai para fila!

Gente saindo pelo ladrão. Filas quilométricas, salas lotadas. Esta foi a primeira noite do IV Festival de Cinema de Lingua Portuguesa, o Cineport, que rola até o dia 10 de maio aqui em João Pessoa.

O que eu vi, você deve querer saber. Filas. Muitas filas. Filas longas, filas curtas, filas médias. Eu voto na fila para a Sala Andorinha para o Troféu Humberto Mauro!!!

Filme que é bom, nada! Mas festival é assim mesmo. Você não precisa ver um filme para ter uma noite rica em informação, cultura e arte. Basta encontrar as pessoas certas. E desfrutar do clima do Cineport.

O Cineport é um barato. O lugar é lindo e reúne pessoas bem interessantes. Amantes de cinema, de artes. Os papos nas áreas de circulação são bem interessantes.

Renato Félix, crítico de cinema e meu intrépido repórter lá no Jornal da Paraíba, escreveu no blog dele sobre um dos longas da primeira noite do festiva, Goodnight, Irene. Clique aqui para ler.

A abertura transcorreu sem problemas. Tudo nos conformes.

Aqui vai uma dica preciosa para quem for ao Cinepor: chegue cedo. Não deixe para chegar minutos antes do filme. 1º) estacionamento é algo difícil nas redondezas; 2º) A fila para entrar, apesar de grande, é tranquila. Você paga R$ 2 e entra. Lá dentro, você escolhe a sala onde está passando o filme do seu interesse, e tem que enfrentar outra fila para pegar uma senha (gratuita). O problema é que o espaço é limitado! Então, quem chega cedo, garante.

Clique aqui para saber a programação deste sábado!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

E o futuro dos DVDs?

Aos 34 anos, estou me tornando um saudosista inveterado.

Se você acompanha Meu Blog já há algum tempo, sabe que eu coleciono DVDs, esta coisa tão obsoleta como uma máquina de escrever.

Exagero? Nem tanto.

Ontem (ou hoje de madrugada) estava vendo esta matéria aqui, exibida pelo Jornal da Globo, sobre novas mídias para home cinema.



Sou da geração 80 que cresceu junto com o mercado de vídeo doméstico. Vi as primeiras videolocadoras de João Pessoa aparecerem e, por ter um pai cinéfilo, acompanhei de perto a popularização dos VHS, tanto a pirataria que tomou conta das locadoras - sim, houve uma época em que muitas locadoras disponibilizavam, para o alugue, cópias piratas em fita -, quanto o movimento da UBV para moralizar a situação.

Era uma época que pirata não tinha vez.

Passei a infância e adolescência esperando a sexta-feira chegar para ir à locadora perto lá de casa, alugar três filmes e devolver na segunda-feira. Era uma coisa religiosa.

Passava horas tirando as caixinhas da estante, lendo sinopse, sacando as fotos e comentando sobre filmes com outros clientes.

Quando o DVD chegou, chegou também a possibilidade de colecionar filmes. De ter uma DVDteca com filmes bacanas, com arte, documentário e romance, um vasto conhecimento humano que seria a versão audiovisual digital da biblioteca do meu avô.

Hoje tenho lá meus 800 DVDs, todos originaizinhos, estalando de novos, muitos em edições caprichadas, alguns importados.

Eles fazem parte da minha rotina de lazer e trabalho.

Transformei um dos quartos do apartamento onde moro para fazer um modesto cineminha – o qual Astier já batizou como “Cine Cananéa”. É uma TV de LCD de 40 polegadas (ideal para o tamanho do lugar), com um HT Sony, mais um player, também Sony, conectado com a TV via HDMI. Nada muito sofisticado, mas que dá para ver um filme com um mínimo de qualidade.

Assim, vejo filmes direto, seguindo o ritual de entrar no “Cine Cananéa”, escolher um DVD, ligar o equipamento, fazer pipocas, sentar no sofá e assistir ao dito cujo.

As videolocadoras estão chegando a extinção. E os velhos DVDs também. Estes estão sendo substituídos pelos blu-rays, enquanto aquelas, pelas locadoras virtuais. Tanto o blue-ray, quanto os filmes virtuais, têm algo em comum: o vídeo em alta definição.

Estamos entrando na terceira geração de home-vídeo. De cabeça, divido essa história nestas três fases:


Década de 1980 – Vídeo-cassete. O luxo do home-theater era ter um VHS ligado a uma televisão de 14 polegadas. Com o tempo, a sofisticação chegou a TVs de 29 polegadas, com o mesmo VHS, porém agora com reprodutores em estéreo, permitindo que os aparelhos fossem ligados no reciever de som, que por sua vez funcionavam com apenas duas caixas (e em 2.0).


Entre 1995 – 2007 – O DVD trouxe uma melhor imagem e um som infinitamente superior. Agora, as TVs são maiores e já pega o início da tecnologia LCD/Plasma. E o som é distribuído na ambiência de cinema: cinco canais, fora um subwoofer, tornam os sons mais reais e nítidos. A industria fonográfica se deu bem aqui, com o sucesso dos DVDs de shows.


A partir de 2008 – A era da high-definition (HD). As TVs de LCD/Plasma passam das 50 polegadas, com uma qualidade de imagem nunca vista antes. O blue-ray começa a aparecer, prometendo uma qualidade de imagem ainda melhor que o DVD, assim como um som ainda mais nítido. Mas em tempos de internet, o blue-ray encontra na web um forte concorrente. Serviços como a Netflix, oferecem filmes em alta resolução, que pode ser baixado rapidinho em conexões ultra-rápidas (o que não é o caso de João Pessoa, onde a banda “larga” não chega a 3 megas), dispensando a mídia física e passando direto na TV. Uma espécie de payper-view dos novos tempos. Por outro lado, a loja virtual iTunes vende esses filmes em alta definição para você armazenar no seu HD e até mesmo na própria rede, dentro do conceito web 2.0. Ou seja, minha coleção que hoje é física, vai se tornar um diretório na internet, que eu vou acessar pela TV (sem a necessidade de um HD) e assistir na hora que quiser, quantas vezes quiser, porque ao contrário do serviço da Netflix, estes filmes aí já me pertencem.

Esta última observação deve dominar o mercado já a partir de 2012. É um chute. Tô botando aí três, ou talvez quatro anos, para a internet super rápida chegar por aqui, de uma maneira tão popular quanto o aparelho de DVD é hoje.

Acredito que a pirataria, tal qual conhecemos hoje, do consumo ilegal de cópias (de péssima qualidade) nas bancas de camelô (em João Pessoa, o lugar mais famoso é o Terceirão), com gente pagando R$ 2 por um DVD gravável dentro de um saquinho com um encarte que foi reproduzido do original, ou criado por alguém, não irá durar mais que quatro anos.

Com o acesso da população aos filmes em alta definição pela internet, como disse mais acima, você acha mesmo que o fulaninho da oficina vai sair de casa, pegar ônibus, para comprar o piratão no centro da cidade? Claro que não! Ele vai acessar algum site pirata, que vai disponibilizar a cópia de graça para ele baixar e ver com a família, sem nem sair da sala e, mais ainda, sem pagar nada.

É ilegal, é crime, mas existe. E já existe hoje, nos milhares de sites que oferecem filmes de graça, como se fosse a política da boa vizinhança. É a era do compartilhamento, do “empresta teu filme virtual”, só que numa escala planetária que está quebrando industria e transformando os conceitos de consumo.

Eu sou um saudosista. Tenho refletido mundo sobre o que fazer com meus disquinhos da estante. Jogar fora? Acho que não. Joguei meus vinis, quando comprei meu primeiro CD player (em 1989) e hoje me arrependo.

Eis minhas considerações sobre o futuro do DVD:

1. Já saiu muita coisa em DVD que, se sair no formado de alta definição, vai demorar bastante. E talvez não saia nunca, como muitos VHS que continuam inéditos.

2. Por outro lado, eu acredito que a distribuição de filmes pela internet fará com que o acervo seja muito maior do que é hoje, sobretudo no Brasil. Veja só: há uma infinidade de títulos que saíram nos Estados Unidos, mas não aqui. Vou citar alguns, só para você ter uma idéia: o primeiro Karatê Kid, o primeiro Um Drink no Inferno, Hamlet de Kenneth Branagh, entre outros. Hoje, muitos filmes já saem no mercado americano com legenda de tudo que é língua. A tendência é que o mercado americano já lance seus filmes com opção de legenda e até dublagem nos principais idiomas, inclusive em português (que com a nova reforma ortográfica, vai acabar com essa frescura de "português do Brasil" e "português de Portugal".


3. Existe uma coisa no DVD - que o blu-ray PODE herdar - mas que eu ainda não sei como vai funcionar pelo esquema web: são as edições de colecionador. Edições duplas, triplas e por aí vai, que reúnem uma gama de informações (documentários, entrevistas, fotos, etc.), sem falar em livros e mimos que acompanham os discos (como esta edição importada de 300). Esta ainda é a grande cartada dos estúdios para faturar em cima de seus filmes. Se você procurar direitinho, vai ver que certos filmes já foram relançados “n” vezes por aqui - De cabeça, posso citar Alien – O 8º Passageiro, que teve, pelo menos, cinco edições comercializadas no Brasil.

4. E, por último, os clássicos. A alta definição tem se mostrado ótima para filmes feitos em alta definição. Como Batman – O Cavaleiro das Trevas, por exemplo. Mas pegue O Poderoso Chefão, que passou por uma restauração digital recentemente. Feito em película, a tendência de filmes do começo dos anos 1980 para trás é ficar pixelada nas TVs de alta definição. Por isso, penso que, se um dia eu tiver um blu-ray, que roda os velhos DVDs, vou investir apenas em filmes de ponta – que por enquanto custam em torno de R$ 100, contra R$ 12 (os de catálogo) e R$ 39 (os lançamentos) de DVDs.
Se você quiser saber mais sobre O Poderoso Chefão em DVD, veja está ótima análise do DVD Magazine

Assim, acho que meus DVDs vão continuar por um bom tempo lá em casa.