sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Pai" do software livre estará em João Pessoa no domingo

Comunicado que recebi da prefeitura de João Pessoa, que apoia o 3º Encontro de Software Livre da Paraíba:

O Encontro de Software Livre da Paraíba é um evento organizado pelos grupos G/LUG-PB e PSL-PB que está acontecendo em João Pessoa desde a última quinta-feira (18), na Estação Cabo Branco, Ciência e Artes. Um dos palestrantes mais aguardado é o norte-americano Richard M. Stallman, criador do Software Livre, da Fundação Software Livre, do Projeto GNU e da famosa licença GPL. A palestra está agenda para este domingo (21), no auditório principal, a partir das 10 horas da manhã.

Em sua palestra, Richard M. Stallman ensinará um pouco mais sobre liberdade, software e sobre a força que esses dois conceitos idílicos têm tido sobre o mundo. Comentará ainda sobre as sociedades, suas economias, educação e especialmente algo que a muito anda perdido: humanidade.

O que é Ensol - O Encontro de Software Livre da Paraíba é um evento organizado pelos grupos G/LUG-PB e PSL-PB. O evento tem por objetivo promover e estimular o intercâmbio de experiências entre as diversas iniciativas, como grupos de Software Livre e entidades de mesma filosofia, através de soluções com Software Livre e de código aberto, difundindo seu caráter de alternativa tecnológica viável.

O evento parte da filosofia ampla de compartilhamento do conhecimento e das formas de poder geradas por esse acesso, o público alvo é a sociedade como um todo. Entretanto, o caráter tecnológico do Software Livre gera um público mais específico, ou seja, estudantes de Tecnologia da Informação, de nível fundamental, médio e superior, gerentes de TI de pequenas, médias e grandes empresas, acadêmicos e profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação, secretarias de informática e administração dos municípios, profissionais da área tecnológica, que desejam desenvolver e introduzir ferramentas de Software Livre em sua empresa.

Diploma com prazo vencido


Muita gente passou a me perguntar se eu não iria escrever, aqui no Meu Blog, sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o efetivo exercício da profissão. Afinal, eu sou um jornalista. E diplomado.

Não escrevi até então porque não queria escrever no calor (infernal) do momento e, evidentemente, de cabeça quente. Mas agora, depois de um dia, faço minhas reflexões:

1) É preciso esclarecer que o diploma dos jornalistas não perdeu a validade. Ele é um documento válido para muita coisa... para ter direito a cela especial, por exemplo. E para se inscrever em concurso no nível superior. Só não serve para tirar o registro de jornalista junto a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). É dispensável. A partir do momento que é dispensável, torna-se dispensável que o candidato a jornalista dedique quatro anos, às vezes cinco, a estudar, conhecer e promover conhecimento, em ambiente propício, de como fatos, acontecimentos e reflexões sobre o Brasil e o mundo devem ser levados ao conhecimento das massas. É dispensável disciplinas como “Ética” ou “Técnicas de Produção Jornalística”. Afinal, qualquer um pode escrever, assim como pode levantar uma casa, ou abrir um ser-humano, ou se defender diante de um magistrado, em que pese seu linguajar pobre e atropelado. Qualquer um pode fazer isso, mas isso dá legitimidade para ser um engenheiro, médico ou advogado? Pelo raciocínio do STF, sim. Escrever em um blog como este é uma coisa. Escrever ou falar, dentro de um veículo que repercute de norte a sul do país, e até no exterior, para 100 mil, 500 mil, 1 milhão de pessoas é uma coisa completamente diferente. O próprio STF, formado por pessoas com uma brilhante carreira acadêmica e profissional (penso eu) é quem deveria defender o diploma para uma melhor prestação de serviço por parte da imprensa. E não o contrário.

2) Sim, fiquei muito chateado, decepcionado e contrariado pela decisão dos ministros STF. Como eu encarei isso? A despeito de muita gente querer minimizar o fato de se ter ou não, um diploma, não dá mérito profissional (o que eu já discordei no tópico acima) ou de consoladoras tapinhas nas costas para falar que carreiras como publicitário, radialista e designer também não exigem diplomas e que tudo isso não passa de chilique de jornalista, eu quero dizer que esta foi a coisa mais sem noção que a justiça já fez no Brasil democrático. Custo a acreditar que, com a consciência pública, política e democrática que temos hoje, uma corte de justiça decida pelo retrocesso de 40 anos de história e conquista. Sinceramente, nunca imaginei que o Brasil poderia dar este tiro no pé.

2) Que motivos levaram os ministros a pensar que qualquer um pode ser jornalista:

a) Uma completa ignorância sobre a arte de fazer um jornal diário? Afinal, de onde estou, acho muito fácil ler e decorar artigos, súmulas e acórdãos e julgar o que, supostamente, é justo. Afinal, quase todo dia, julgo que notícias devem ser veiculadas no jornal para o qual trabalho e, como crítico, vou ainda mais longe: julgo se você deve ver determinado filme, ou comprar um CD, elevando ou destruindo a carreira de um artista, gerando prejuízo ou lucros;

b) uma vingança contra a profissão jornalística – como foi ventilado por um colega. Afinal, é essa imprensa cada vez mais livre, cada vez mais preparada, cada vez mais inquisitora e cada vez mais destemida que não teme tecer críticas aos todo-poderosos ministros e expõe a fragilidade do sistema judiciário do país, a partir de declarações dos próprios ministros do STF que se consideram “sem-moral” quando brigam entre si (ou vocês já esqueceram o bate-boca vexatório entre o presidente Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa?)

c) por incrível que pareça, os ministros não faziam a mínima idéia do que estava sendo julgado;

d) os ministros só podem estar gagás.

3) Comparar o ofício de jornalista ao de cozinheiro não foi nem um pouco legal da parte do senhor ministro Gilmar Mendes. Se eu fosse dono ou editor de um grande veículo influente, e, ao mesmo tempo, sócio ou muito próximo a um restaurante de Brasília, eu pautaria dois estudantes de Ensino Médio, de escolas públicas, para entrevistarem – tanto para TV, ao vivo, quanto para impresso, sem gravador – os senhores ministros do Supremo, incluindo aí algumas cascas de banana e perguntas embaraçosas. Com a saída dos estudantes, chegariam alguns chefs para fazer o jantar da corte. Aí o ministro Gilmar Mendes, enquanto comia, poderia assistir e ler a reportagem sobre ele e seus colegas e provar, se é a mesma coisa, ou não.

A atitude dos ministros vai muito além da comparação entre jornalistas e cozinheiros. Agora, nestes tempos pós-diploma, jornalista é comparado a qualquer coisa. Por exemplo: o carinha da banca de camelôs que vende DVD pirata – um fora-da-lei por natureza, uma vez que, por desconhecimento, ou não, desrespeita a lei do país – pode dar um pulinho lá na DRT e tirar seu registro de jornalista. Pronto. É tão jornalista quanto eu, o Astier Basílio, o Boris Casoy e William Bonner e até pleitear a vaga de crítico de cinema de Renato Félix, Luis Carlos Merten e até o Rubens Ewald Filho.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Com uma pequena ajuda dos amigos

Momento with a little help from my friends (com uma pequena ajuda dos amigos).

Esta moça aqui trabalha comigo no Jornal da Paraíba. É meu braço direito e também o esquerdo. Está lutando contra uma bactéria malvada que quer tirar-lhe a vida e todos nós do Jornal da Paraíba estamos dando uma força para que ela vença esta luta.

Se você é do tipo que sabe que uma pequena ajuda pode contribuir para tornar o mundo melhor ou, até mesmo, salvar a vida de uma pessoa que você pode vir a encontrar um dia, na rua, sorrindo e feliz, abrace, contribua e passe para frente esta campanha.

Por ela, o meu obrigado.

André Cananéa

O rock como você nunca viu



Dedico este post a um dos jovens talentos do fotojornalismo paraibano. Anderson Silva foi um cara que eu conheci me pedindo acesso para fotografar um show do Oi Blues By Night, projeto que eu ajudava a produzir no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

De lá para cá, ficamos amigos e eu, fã das fotos do rapaz.

Aqui vai o texto que publiquei no Jornal da Paraíba desta quinta-feira, sobre a abertura da terceira exposição de Anderson.

Se você é de João Pessoa, ou está passando pela cidade por estes dias, e gosta de rock, não deixe de conferir as fotos iradas do cara.

Nas imagens acima: Falcão (O Rappa, RJ), Outona (PB) e Teco (Rancore, SP).

Clique aqui para conhecer o Flickr de Anderson Silva. Ou aqui para ir ao MySpace, ou aqui para acessar o fotolog.

‘Fragmentos Sonoros’ mostra o rock sob o olhar de Anderson Silva
Por: ANDRÉ CANANÉA

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, quanto valerá em acordes? Uma boa maneira de descobrir isso é chegando lá no Espaço Mundo (Pça. Anthenor Navarro, s/n, Centro Histórico de João Pessoa) para conferir a mostra ‘Fragmentos Sonoros’, que reúne entre 25 e 30 fotografias do paraibano Anderson Silva. A mostra fica em cartaz até 18 de julho, sempre de quarta a sexta-feira, a partir das 18 horas.

As imagens foram capturadas ao longo de 2008 em shows e festivais em João Pessoa, Recife e Natal. “A ideia é passar ao público um pouco do clima dos shows, mostrando detalhes que se perdem no calor de um show. Coisa que só a fotografia consegue guardar”, comenta Anderson.

A mostra revela expressões de Falcão (O Rappa), Trinity (Venus Volts - SP), Jon Spencer (EUA), The Donnas (EUA), Rieg Wasa (PB), Diego Second (PB), Rancore (SP), além de algumas fotos promocionais, como da banda local Outona, e fotos de bastidores. “Todas as fotos têm algo de curioso ou de engraçado”, conta. “Vai desde chegar em cima da hora do show, assalto, até as fãs mais ousadas se ‘mostrarem’ para seus ídolos (risos)”.

Beatles em alto e bom som


Ainda bem que minha mulher já recebe metade do 13º salário amanhã. A grana será para o grande investimento do ano: os discos remasterizados dos Beatles, que chegam às lojas de todo o mundo no dia 9 de setembro de 2009 (ou 09.09.09).

O lançamento é tão superdooperwooper que tem até trailer rolando no Youtube (embora eu prefira a edição extendida que tá na Amazon):




No trailer aí de cima dá para ver como serão as caixas e os encartes, sem falar no som, que tem qualidade infinitamente superior aos CDs que já estão no mercado - CDs como 1 e Let It Be Naked já são remasterizados, mas são edições especiais que saíram ao longo dos últimos anos.

Agora, todos os 13 álbuns de estúdio, mais os dois Pastmasters (reunidos nunca única edição), ganham nova edição - com uma novíssima remasterização, feita ao longo de quatro anos por técnicos e engenheiros do estúdio Abbey Road, lançando mão tanto de tecnologia de ponta, quanto de equipamentos vintage.

Além das faixas originais, dos discos trazem mini-documentários que rodam no seu computador, através de Quicktime. O novo material promete imagens inéditas e diálogos extraídos da mesa de gravação.


Além dos avulsos, vai rolar um box com os discos em mono, para os fãs mais ortodoxos - muita gente, inclusive os fãs mais antigos, acreditam que os discos em mono dos Beatles têm uma qualidade superior. Se isso é verdade, eu não sei. Mas saem em mono preservando a concepção original.

Também sairá um box com os 14 discos (incluído o Pastmasters), mais um DVD que reúne os mini-documentários contidos em Quicktime nos avulsos.

E não custa nada lembrar que, junto com as reedições, chega às lojas o Beatles Rock Band.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Zé Ramalho em clima de São João

O Meu Blog anda meio parado, não? É, ando mais ocupado do que devia... breve, você terão boas novidades deste velho escriba aqui. Por enquanto, posto aqui a matéria que fiz sobre o disco novo do coterrâneo Zé Ramalho para o Jornal da Paraíba desta quarta-feira (17).

Zé Ramalho (re)encontra Luiz Gonzaga


Depois de um ótimo tributo a um dos grandes pilares do rock - Bob Dylan -, Zé Ramalho se volta às suas origens regionais no seu segundo lançamento em menos de um ano. No embalo do São João, e tal qual a conterrânea Elba Ramalho, Zé também lança um disco junino, mas baseado em um projeto todo peculiar. Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga (Sony-BMG, R$ 23, em média), que acaba de chegar às lojas, compila 12 faixas gravadas pelo paraibano nos últimos 20 anos.

Não tem mistério: o CD reúne músicas de Luiz Gonzaga, gravadas por Zé Ramalho e lançadas em discos como Brasil Nordeste (1991) e Nação Nordestina (2000). Mas a escolha do repertório não foi ao acaso. Por trás da seleção está o jornalista e pesquisador Marcelo Fróes, que tocou o processo de garimpagem para o seu selo, Discobertas, com o carinho de um tributo aos 20 anos de morte do Rei do Baião.

Como pesquisador, Marcelo tem recuperado, em primorosas edições em CD, parte do cancioneiro esquecido da nossa MPB. Entre seus feitos, inclua-se um trabalho anterior de Zé Ramalho, o álbum Zé Ramalho da Paraíba, O Trovador Solitário, de Renato Russo, e Chiclete Com Banana, compilação lançada no ano passado, com as gravações que Jackson do Pandeiro fez na antiga Columbia, entre 1958 e 1960.

O repertório de Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga resgata grandes sucessos do velho Lua, como “Asa Branca” (que se repete no medley “Baião/ Imbalança/ Asa Branca”), “Paraíba” (que aparece duas vezes, sozinha e junto com “Boiadeiro”) e a dobradinha “Olha pro Céu/ São João da Roça”, gravada ao vivo em Campina Grande para a coletânea O Melhor do Forró no Maior São João do Mundo, lançada em 2000 pela BMG.

Em meio às canções que vai fazer você e sua família dançarem quadrilha na sala de estar, o CD recupera quatro duetos: dois com Dominguinhos, um na divertida “Não vendo, nem troco” e outro em “Pau de arara”; com Xuxa em “ABC do Sertão” e com o próprio Luiz Gonzaga em “Fica mal com Deus”, incluída no álbum Duetos, lançado em 2004.

Além disso, Zé foi ao estúdio registrar uma versão inédita para “Amanhã eu vou”, que abre o disco. A faixa, creditada a Gonzagão e Beduíno, data de 1951 (lançada por Elba Ramalho em 1981) e foi gravada em apenas três horas. “Zé Ramalho e seus músicos de fé gravaram esta pérola e mostraram como pode ser prazeroso gravar como nos velhos tempos”, comenta o próprio Marcelo Fróes.

“O repertório de Lua na voz de Zé Ramalho parece um disco conceitual bem produzido. E, por isso, nada melhor que completar as 12 faixas, como em um bom e velho LP, com uma gravação atual e inédita”, indica o jornalista.

Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga é o terceiro título da série ‘Zé Ramalho Canta’. Começou lá atrás com Zé Ramalho Canta Raul Seixas (Sony-BMG, 2001) e passa por Zé Ramalho Canta Bob Dylan (EMI, 2008). Para o novo projeto, Zé Ramalho posou com chapéu de cangaceiro e, pela primeira vez, aparece sorrindo em uma capa de disco.

Em tempo: vale à pena dá uma conferida no projeto 'Discobertas', do Fróes. Para ir ao site oficial, clique aqui.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sam Raimi fala sobre quarto filme da série Homem-Aranha

O diretor da franquia da Sony Pictures, Homem-Aranha, Sam Raimi, voltou às páginas dos jornais, revistas e da internet para reafirmar sua paixão pelo famoso personagem que nasceu dos quadrinhos e ganhou as telas de cinema para se transformar em uma das séries cinematográficas de maior sucesso dos últimos tempos, informou um comunicado da Sony Pictures, divulgado agora há pouco.

Em entrevista ao site Coming Soon, Raimi falou como foi aceitar dirigir o quarto filme da franquia, que chegará aos cinemas do mundo inteiro no dia 6 de maio de 2011.

“Eu só queria fazer o filme com Tobey Maguire porque meu interesse é deixar o personagem de uma forma mais profunda que nós nunca havíamos experimentado antes. Isso acontece com a familiaridade, um conhecimento de muitas coisas que são básicas. Eu acredito que este filme realmente nos permitirá explorar ainda mais seu íntimo como ser humano, o que vem a ser a verdadeira razão de eu estar aqui desta vez”.

Os detalhes da história de Homem-Aranha 4, que no momento está sendo escrita pelo roteirista David Lindsay-Abaire, permanecem em segredo absoluto.

Sem ainda revelar curiosidades como quem será o(s) próximo(s) vilão(ões), Raimi ressaltou que seja, lá qual for a história, ela deverá estar pronta nas próximas semanas e certamente estará focada em agradar em primeiro lugar o público.

“Definitivamente eu quero que meus filmes agradem o público. Se ele não gosta, eu não vejo sentido para continuar. A gente realmente busca satisfazer as pessoas”, confessou Raimi.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ivete 2: Diversidade para as massas

Aqui vai a crítica do novo CD/DVD de Ivete Sangalo, Pode Entrar, que publiquei nesta quinta-feira no Jornal da Paraiba.

Ivete (D) recebe Bethânia (E) em seu baita apê, em Salvador (divulgação)

Diversidade para as massas
Por André Cananéa

Ivete Sangalo é uma artista pé no chão. Sabe que seu sucesso é fruto da popularidade das suas músicas e do carisma com que conduz sua carreira e não faz tipo. Em dez anos de carreira solo, já deixou claro como o sol de Salvador que não tem arroubos pretensiosos de lançar trabalhos de vanguarda, arrojados ou que seja inacessível ao seu público.

O novo projeto da cantora, Pode Entrar (Caco de Telha/Universal Music, R$ 32 o CD e R$ 39,90 o DVD), portanto, não é nada mais que a velha Ivete, acompanhada de amigos, familiares e ídolos, em seu trabalho mais intimista e sincero. A proposta não deixa de ser curiosa: eu seu big apartamento, ela recebeu talentos tão díspares quanto Maria Bethânia e a banda Aviões do Forró. O leque variado demais da conta leva, inevitavelmente, a irregularidade. Mas em se tratando de Ivete cabe o ‘e daí’?

Ivete se dá bem na animada “Balakbak” e no hit “Cadê Dalila”, com toques indianos e guitarra pesada. Faz uma releitura descente para o hit “Brumário”, de Lulu Santos, dividindo os vocais com o próprio Lulu, entra legal na onda de Marcelo Camelo (“Teus olhos”), cai no “reggae Armandinho” com Saulo (“Vale mais”) e mostra a irmã Mônica San Galo (a grafia é esta mesmo) com dignidade (“Completo”). Escorrega com Carlinhos Brown exatamente no que ela acreditava ser um ponto forte: a balada “Quanto ao tempo” é por demais piegas. E o encontro com Aviões do Forró (“Sintonia e desejo”) é nitidamente mercadológico.

Mas o encontro com Bethânia eleva o projeto a um patamar muito superior e o disco teria um outro nível se a direção musical tomasse esse rumo. Bethânia canta “Muito obrigado axé” junto com Ivete, cercada de um solene quarteto de cordas e uma percussão afro-baiana cativante. A música de Brown parece ter sido feita sob medida para a grande interprete baiana e Ivete está ali como mero coadjuvante. Ela sabe disso e fica feliz, afinal, é Bethânia, né?!

O DVD tem o tom espontâneo. Bethânia soltando um discreto ‘e não vai ser playback?’, na hora que o grupo todo vai gravar o clipe, é uma mostra da despretensão de Ivete.

Ivete no JP e no JB

Semana bem agitada a minha. Em dois dias, fui à Salvador (BA), entrevistei Ivete Sangalo, voltei a João Pessoa direto para o velório do avô da minha mulher, e fechei a noite de quarta para quinta-feira com o show impecável do rei Roberto Carlos.

Fui à Salvador a convite do jornalista Mário Marques, editor do Carderno B do Jornal do Brasil. Portanto, fui à coletiva de Ivete sobre o novo trabalho da cantora, Pode Entrar, como correspondente do Jornal do Brasil.

Mas o Jornal da Paraíba só me liberou, claro, se eu fizesse um texto também para o nosso jornal.

Portanto, fãs de Ivete, a cantora baiana rendeu duas capas, feitas por mim, em dois jornais distintos, o Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, e o Jornal da Paraíba, em João Pessoa.

Clique aqui para ler a matéria que saiu no JB. A versão digital do JB pode ser acessada aqui.

Clique aqui para ler a matéria que saiu hoje no Jornal da Paraíba.

Quando tiver um tempinho, volto aqui para contar os detalhes dessa viagem, da entrevista com Ivete e do show do rei.