quarta-feira, 30 de julho de 2008
Articulista chama fã do Batman de brocha
Posto aqui apenas para conhecimento dos meus 6 leitores e para o debate, não como forma de concordar ou provocar quem quer que seja.
Adultos em pijamas
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Se a fantasia já é difícil de engolir como fantasia, imaginem apresentá-la como "documental"
NADA TENHO contra vigilantes. Contra? Minha adolescência cinéfila não foi só Bergman, não foi só Bresson, não foi só Renoir. Nos intervalos, escondido de meus amigos intelectuais, eu gostava de assistir a Clint Eastwood limpando as ruas de San Francisco. "Do you feel lucky, punk?" converteu-se para mim em mantra espiritual, tão emblemático como o "Play it again, Sam" que Ingrid Bergman (nunca) disse em "Casablanca".
Para não falar de prazeres menores, ou maiores, como Charles Bronson em "Desejo de Matar". Que será feito de Bronson? Divago. Recordo apenas uma seqüência de um dos filmes da série: Bronson, caminhando lentamente nas ruas do bairro, com câmera fotográfica sobre o ombro e tomando sorvete em pose turística. Subitamente, o bandido entra em cena, pega a câmera de Bronson e foge como um galgo de competição.
Bronson não corre atrás. Com a mesma displicência com que tomava o sorvete, joga-o fora, saca da arma (a inevitável Magnum 44), aponta sem pressa e atira no bandido, como quem atira em um animal. O bandido tomba. Bronson recupera a câmera (mas não o sorvete). Só quem nunca teve uma câmera roubada em plena rua é que não entende o prazer de assistir a essa cena.
Nada tenho contra vigilantes, repito. Mas também acrescento que os vigilantes têm de cumprir dois requisitos básicos.
Em primeiro lugar, só podem existir na tela, não na vida real. Na vida real, continuo a preferir o Estado de Direito, em que existem leis, polícia e tribunais, e não loucos ou beneméritos que gostam de fazer justiça com as próprias mãos.
Mas mesmo os vigilantes das telas têm de cumprir um segundo requisito: não podem usar collants, máscaras, pinturas ou capas supostamente voadoras. Dizem-me que Batman, ou Super-Homem, é uma metáfora profunda sobre a nossa condição solitária e urbana; heróis derradeiros da pós-modernidade. Não comento. Exceto para dizer que morro de rir quando vejo um ator, supostamente adulto e racional, enfiado num pijama colorido e disposto a salvar a humanidade das mãos maléficas de um vilão tão ridículo e tão colorido quanto ele.
Sem falar dos fãs: homens feitos, alguns casados, que continuam a acreditar que um super-herói em pleno vôo compensa todas as ereções falhadas.
E foi assim que assisti ao último Batman, "O Cavaleiro das Trevas", dirigido por Christopher Nolan. Não vale a pena apresentar o filme: durante meses e meses e meses, uma máquina publicitária que não pára tentou convencer o mundo de que "O Cavaleiro das Trevas" era o melhor da série e, juro que ouvi, um dos maiores filmes de toda a história do cinema. De acordo com os promotores, Nolan trocara a fantasia sombria de Tim Burton e o espetáculo adocicado de Joel Schumacher por um realismo digno de Michael Mann: desde "Fogo contra Fogo" ninguém filmava assim uma cidade, cruamente e no osso.
E os atores? Os atores seriam exemplos de um realismo ainda mais brutal, com destaque para o Coringa, papel que pode valer a Heath Ledger o Oscar póstumo. Alguns, mais ousados, ainda acrescentam que Ledger morreu de overdose precisamente por causa das exigências do papel.
Não tenciono polemizar com a sabedoria dos críticos, mas suspeito de que Heath Ledger morreu de overdose porque, depois de assistir ao resultado, não agüentou a vergonha. E quem o pode censurar?
Eu não, rapazes. E confesso que entrei na sala com boa vontade: "O Cavaleiro das Trevas" apresenta o herói (Batman) em luta final contra o mestre da anarquia (Coringa), um lunático que não deseja dinheiro nem poder como os vilões tradicionais, mas sim pura destruição. Na cabeça dos criadores, essa oposição simplória entre civilização/caos seria uma metáfora sobre o mundo pós-11 de Setembro: um mundo em que o terrorismo niilista não deseja um objetivo político preciso, mas simplesmente mergulhar o Ocidente num clima de paranóia destrutivo e autodestrutivo.
Infelizmente para os criadores, a narrativa não é apenas infantil em sua pretensão política e filosófica; é incongruente quando Batman ou Coringa entram no enquadramento. Razão simples: se a fantasia já é difícil de engolir como fantasia, imaginem apresentá-la em tom "realista" e até "documental".
Confrontado com Batman e Coringa, nenhum adulto equilibrado vê um super-herói e um super- vilão. Vê, simplesmente, dois dementes em pijamas que fugiram do asilo da cidade.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Meu celular toca música
Este texto aqui marca a minha estréia na revista 'Acrópoles News', do meu amigo Marcos Luna. Foi concluído em 17 de junho e a revista, lançada na semana passada. Para quem ainda não viu a revista, aqui vai o texto. Divirtam-se!
Por esses dias, fui ao cinema ver ‘Três Vezes Amor’ (‘Definitely, Maybe’, no original). É dessas comédias românticas e simpáticas que a gente leva a namorada, come pipoca juntinho, sai para jantar uma lasanha com vinho e termina a noite aos beijos apaixonados. Mas o que chamou minha atenção mesmo no filme foi o fone bluetooth que o personagem principal, Will Hayes (vivido pelo ator Ryan Reynolds), usa logo na seqüência de abertura da fita.
Ao som da clássica “Everyday people”, do grupo Sly & Family Stone, ele caminha pelas ruas de Nova York. De onde vem a música? De uma iPod? De um MP3player comprado no Terceirão? De um discman? Ou de um walkman da Sanyo de cor azul anil (que acho que pararam de fabricar em 1989)? Nada disso, “apenas” do celular dele.
Não sei se o nobre leitor reparou, mas há tempos o celular deixou de ser um celular. Ou o celular que nós conhecemos, o “tijolão” da Motorola, ou o chique Startac (que também era da Motorola). O celular que liga e recebe chamadas. O de hoje é um dispositivo multimídia que os experts no assunto já andam dizendo que vai, num futuro muito breve, substituir o trambolho que você tem em casa e chama de computador.
É verdade. Os aparelhos de hoje tiram foto, filmam, passam e-mail, pagam conta, têm GPS, tocam música, passam filme e, veja que incrível, fazem e recebem chamadas! Tá, isso quando as operadoras deixam. Mas que fazem, fazem. Eu vi!
Vivemos numa era de tecnologia fantástica e assustadora. Fantástica por tudo que ela proporciona. A própria internet, por exemplo. No último dia 16 de junho, Marcone Ferreira, um dos nomes mais conceituados do jornalismo político paraibano, assistiu ao parto da primeira neta. Ele, em casa, a nora e o filho,
Assustadora porque, pela primeira vez desde que o macaco evoluiu nessa coisa chamada homem, ou desde que Adão e Eva comeram a tal maçã (que não era a Apple, diga-se de passagem), uma geração mais nova sabe mais que uma geração mais velha. Isso mesmo. Se antes o avô sentava para dar lições aos netinhos, agora é o contrário. “Vovô, senta aqui que eu vou lhe ensinar a tirar um extrato no INSS na internet”, diz a netinha de apenas 10 anos de idade. Eu mesmo tenho uma sobrinha de 6 que, enquanto a professora lhe ensinava as quatro operações matemáticas, ela ensinava a professora como fazer o download de uma música pela web. Parece coisa de louco, não parece?! Mas é verdade.
Diante de um quadro assim, não é de se estranhar que Will Hayes tenha botado dois pitoquinhos no ouvido e conectado, sem fios ao celular, passasse a ouvir música numa qualidade cristalina como água mineral. O que é mais curioso nisso é que, sem perceber, o celular fez as pessoas ouvirem mais músicas. Antes do celular, existia o discman. Antes do discman, o walkman. Antes do walkman, nada! E walkmen e discman sempre foram vistos como coisa de adolescente. Você já viu um sujeito todo paramentado no Centro da cidade com um walkman no ouvido? Eu não. E com os fones do celular? Vários!
A indústria da música, que se perdeu quando o disco deixou de ser vinil para ser CD, andava triste, cabisbaixa, até receber o extrato de que a venda de músicas para celulares no Brasil passou de míseros de 8,1 milhões em 2006 para 18,5 milhões em 2007 (um aumento de 127%) e continua subindo.
Associado a tudo isso, surge o novo iPhone, lançado em junho e com previsão de chegar às lojas agora em julho e, até o final do ano, no Brasil. A grande novidade da geringonça, que além de fotos, vídeos e internet, e faz e recebe ligações, é o preço: 200 dólares. Algo em torno de 340 reais quando eu estava escrevendo este texto, alguns dias atrás. Essa bagatela aí torna o iPod – esse nosso nem um pouco obscuro objeto de desejo – um troço obsoleto.
Sabe o iPod, o aparelhinho ultra-bacana que toca música e passa vídeo que sua irmã trouxe de Londres para o seu filho? Ou que você pediu pra aquele seu amigo trazer de Miami e fez o maior sucesso na escola? Pois é, pagou caro e agora está ultrapassado. O iPod Touche, que vem a ser um iPhone sem telefone, estava 50 dólares mais caros na semana de lançamento do celular da Apple, com os mesmos 8 GB e com menos tecnologia. E porque eu vou pagar mais caro por um aparelho mais limitado? A lógica do capitalismo diz que eu não vou. E não vou mesmo.
Acredito que em poucos anos, todo mundo vai ter um iPhone. Aqui mesmo, na Paraíba, com manual em português e tudo. Afinal, vai ficar baratinho, baratinho. Na Alemanha, veja só, o aparelhinho já é prometido por algumas operadoras pelo equivalente a R$ 2,50. Claro, nesse caso, elas faturam no plano. O fato é que o iPhone, com toda sua artimanha (afinal, ele só recebe música via um programa desenvolvido por seu fabricante) irá potencializar ainda mais a maneira com ouvimos música. E como vemos filmes, fotos e nos comunicamos. E, claro, como também vamos ficando malucos e surdos.
Eu vou ali botar meu celular para carregar que a bateria acabou.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
A música do fim de semana
Senhoras e Senhores, conheçam Jose James. A grande revelação de 2008 – apesar do ano ainda não ter acabado.
Músico de formação jazzística, esse novaiorquino, morador do Brooklyn, filho de pai panamenho com mãe americana, faz um som extremamente contemporâneo. Um jazz que casa com hip-hop de uma maneira inteligente e completamente harmoniosa, salpicado de drum ‘n’ bass, quando convém. O conjunto é pra lá de empolgante.
Ouviu muito John Coltrane, Duke Ellington e A Tribe Called Quest.
Além disso, James tem uma das melhores vozes masculinas dos últimos tempos. Uma coisa estilosa, tipo anos 50.
Citando um crítico aí, “James é para quem não acreditava mais nos cantores”.
O cara lançou um disco no começo deste ano (The Dreamer) que está bem longe de nós, latino-americanos. Mas depois de você assistir a esses dois vídeos, corra... ou melhor, clique aqui na Amazon e encomende o seu.
Eu postei dois vídeos porque um só não dá a dimensão do garoto.
No primeiro, você vai poder vê-lo improvisando num festival de música eletrônica (Flow.er) com seu incrível quarteto.
O segundo é o vídeo da música “Park bench people”, feito por Josh Rothstein, diretor dos documentários "Not A Game" e "The Excellent Theopolis, em um abrigo para sem-tetos de Nova York.
Eu recomendo que você gaste um pouco mais do seu tempo procurando coisas desse cara na internet.
E depois você me diz o que achou.
Vasco Faé, um roots de blues made in Brasil
O Oi Blues By Night volta a João Pessoa dia 15 de agosto.
A notícia está no Jornal da Paraíba de hoje.
É um bluseiro paulista bom pra caralho!
Eles tocaram no Cine Bangüê, que comporta umas 600 pessoas, e ficou lotadaço, com gente saindo pelo ladrão. E umas 100 do lado de fora, querendo entrar.
No público, muitas camisetas pretas com logos do Sepultura de todas as épocas. Dava para sacar que muita gente saiu de casa para ver o guitarrista da maior banda de heavy-metal do Brasil, que aliás, nunca se apresentouO cara é fincado no blues de raiz, na lama do Mississipi, e além do mais, é performático, carismático e multiinstrumentista. Toca guitarra, gaita, bateria e canta. Às vezes, tudo junto.
No repertório, blues e clássicos do rock. Deeppe Purple, Rolling Stones e Muddy Waters no meio.
O disco dele, Manoblues, está entre os dos melhores do blues nacional. Lembro que eu tava com ele no fim do show e ele anunciou que tinha uns discos pra vender. Pensou que quatro ou cinco iriam se interessar. Vendeu todos os 20 que estavam na caixa. E em menos de cinco minutos!!!!!
Dá para dar uma sacada no som aqui.
Ah, e quer saber da boa nova? Faé e Andreas Kisser estão de volta à cidade. Novamente, abrem o projeto e não só
quinta-feira, 24 de julho de 2008
As entrevistas da Rolling Stone no Brasil
A assessoria da Larousse acabou de divulgar que o livro The Rolling Stone Interviews vai ganhar edição em português. Chega ao Brasil em agosto com o título Rolling Stone - As Melhores Entrevistas da Revista Rolling Stone.
Abaixo, o texto da assessoria, seguidas de algumas pérolas. As minhas favoritas são as de Kurt Cobain e Keith Richards.
ROLLING STONE – AS MELHORES ENTREVISTAS DA REVISTA ROLLING STONE
Desde 1967, as entrevistas da Rolling Stone têm sido a parte central da revista americana mais importante de sua geração. É a impressão da significância cultural, o lugar onde nossos maiores astros do rock, estrelas de cinema e ícones revelam suas verdadeiras faces como em nenhum outro lugar. Pete Townshend, Truman Capote, George Lucas, Jack Nicholson, Axl Rose, Kurt Cobain, Bono, e muitos outros revelam os segredos por trás de sua arte e sua vida nas páginas da Rolling Stone. E agora, pela primeira vez, quarenta das melhores entrevistas da história da revista foram selecionadas em um único volume.
Aqui John Lennon revela a dor devastadora por trás da ruptura com os Beatles; Mick Jagger fala sobre a gênese das grandes canções dos Rolling Stones; Jack Nicholson discute o momento em que descobriu sua verdadeira mãe; Francis Ford Coppola fala sobre ter sucumbido à loucura de Apocalypse Now; Bill Clinton comenta francamente os altos e baixos de sua presidência; Bono explica a difícil relação com o pai. Essas entrevistas, completas e sem cortes, capturam todo o espírito: o ego e os frenesis criativos, a melancolia e o êxtase, os fracassos trágicos e os sucessos triunfantes. Como resultado, As Entrevistas da Rolling Stone são mais do que coletâneas, são uma história cultural, um retrato das figuras definitivas de nossa época e da própria época.
Trechos
E se eu tivesse dito isso quando era um rapazote? Se eu tivesse dito para mim mesmo: “Um dia desses, você vai passar sem nem mesmo pensar que seu nariz é o maior do mundo, cara” – sabe, eu teria provavelmente rido à beça. Era gigante. Na época, foi o motivo porque fiz tudo. Foi o motivo porque toquei guitarra – por causa do meu nariz. A razão pela qual escrevi músicas foi por causa do meu nariz.
PETE TOWNSHEND
Costumava adorar olhar o sol. É ruim para os meus olhos, mas eu gosto. Costumava adorar olhar a lua à noite. Eu saía para o quintal e ficava observando-a. Aquilo me fascinava pra caramba. E outra coisa que me fascinava muito, mas assustava a maioria das pessoas, era a luz. Quando eu era moleque, achava muito bonito. Qualquer coisa brilhante, qualquer brilho. Eu, provavelmente, devo ter sido um piromaníaco, ou qualquer coisa assim. E havia as cores. Eu era louco pelo vermelho. Sempre achei uma cor linda. Eu me lembro das cores básicas. Não sei nada a respeito de licores coloridos – não sei que diabo é isso.
RAY CHARLES
Oh, sim. John Lennon era definitivamente meu Beatle favorito. Não sei quem escreveu quais partes das canções, mas Paul McCartney me deixa constrangido. Lennon obviamente era perturbado (risos). E eu me identificava com isso.
KURT COBAIN
Algumas vezes eu conseguia empregos abrindo shows para outras bandas. O The New York Dolls tocava com três ou quatro bandas que você nunca tinha ouvido falar, e eu tinha que abrir a noite inteira. Ninguém queria me ver. Eu não tinha microfone. Eu apenas gritava minha poesia. E os caras falavam: “Vá arrumar um emprego! Vá lavar panelas!”.
PATTI SMITH
Mick precisa impor as coisas. Quer controlar. Para mim, a vida é como um animal selvagem. Você espera conseguir lidar com ela, quando ela pula em cima de você. Essa é a grande diferença entre nós dois. Ele simplesmente não consegue ir dormir sem escrever o que precisa fazer quando acordar. Eu só espero conseguir acordar, e não é nenhum desastre.
KEITH RICHARDS
Paul disse: “O que você quer dizer?”.
Eu falei: “Quero dizer que o grupo acabou. Estou saindo.”...
Assim, como quando você diz “divórcio”, e te olham com aquela cara. É como se ele soubesse que já era o final.
JOHN LENNON
quarta-feira, 23 de julho de 2008
The Thrill is Gone
Grande canção, dois grandes intérpretes: a lenda do blues B.B. King e a cantora Tracy Chapman, uma das grandes vozes que a música pop produziu nos últimos 20 anos.
Aqui vai a letra para você cantar junto:
The Thrill Is Gone
The thrill is gone
The thrill is gone away
The thrill is gone baby
The thrill is gone away
You know you done me wrong baby
And you'll be sorry someday
The thrill is gone
It's gone away from me
The thrill is gone baby
The thrill is gone away from me
Although, i'll still live on
But so lonely i'll be
The thrill is gone
It's gone away for good
The thrill is gone baby
It's gone away for good
Someday i know i'll be open armed baby
Just like i know a good man should
You know i'm free, free now baby
I'm free from your spell
Oh i'm free, free, free now
I'm free from your spell
And now that it's all over
All i can do is wish you well
Rio 100% on line??
Mas o que me chamou atenção na matéria, pra valer, foi a seguinte informação: “A expectativa é que todo o Estado tenha cobertura sem-fio até o fim do ano que vem”.
Eu acho isso sensacional, apesar de duvidar muito que em um ano o estado do Rio de Janeiro esteja 100% coberto. Isso pode até vir a acontecer, mas demora um pouco mais. Talvez até o fim do ano que vem, só os centros das principais cidades do interior e boa parte do Rio devem ter o serviço.
E qualquer dia desses, vou estar postando textos no blog sentado na calçada, tomando caldo-de-cana e comendo pão doce.
terça-feira, 22 de julho de 2008
É, o Batman não é mais o mesmo...
22 de julho, 2008 - 14h30 GMT (11h30 Brasília)
Ator de 'Batman' é preso acusado de agressão
O ator britânico Christian Bale, que interpreta Batman no longa Batman - O Cavaleiro das Trevas, foi preso em Londres acusado de agredir a mãe e a irmã.
Um porta-voz da Polícia Metropolitana afirmou que um homem de 34 anos foi preso por envolvimento em uma acusação de agressão e permanece detido.
Bale teria atacado sua mãe e irmã em uma suíte do hotel de luxo Dorchester, no domingo.
"Um homem de 34 anos compareceu à delegacia de polícia no centro de Londres, com hora marcada, e foi detido em conexão com uma acusação de agressão - ele permanece detido", afirmou o porta-voz.
O ator compareceu à estréia européia do filme dirigido por Christopher Nolan na segunda-feira à noite, em Leicester Square, centro de Londres.
Na tarde desta terça-feira Bale tinha uma série de entrevistas marcadas com jornalistas de rádio no hotel Dorchester para promover o filme.
Segundo informações, a acusação de agressão teria sido feita originalmente em uma delegacia de Hampshire.
Um porta-voz da Polícia Metropolitana confirmou que recebeu a queixa de outra delegacia.
Aqui está o link do original.
Pianista de jazz quer plantar chuchu
Em algumas delas, acrescentei músicas dos artistas citados.
Made in Brazil
A música brasileira está em alta com o elenco internacional do TIM Festival. Duas das cinco atrações confirmadas até agora, as cantoras americanas Stacey Kent e Esperanza Spalding, gravaram em seus discos canções de Baden Powell e Vinícius de Moraes – "Samba da benção" (abaixo) e "Samba em prelúdio", respectivamente. Esperanza escolheu ainda "Ponta de Areia" (Milton Nascimento / Fernando Brant), para abrir seu álbum de estréia, batizado simplesmente com o seu nome. E um detalhe: ela canta ambas as faixas em português.
Discover Stacey Kent!
Companheiro de viagem
A bela cantora e compositora norte-americana Esperanza Espalding, de 23 anos, atração do TIM Festival 2008, sempre que pode viaja dentro do avião acompanhada de seu instrumento de trabalho. Um violão? Não, apenas um pequenino baixo acústico, que tem nada menos que dois metros de altura. Difícil é acomodá-lo em uma poltrona.
Quase brasileira
A cantora e contrabaixista norte-americana Esperanza Spalding está preparando uma agenda intensa para quando vier ao Brasil, em outubro, se apresentar no TIM Festival. Ex-namorada de um carioca, Esperanza já esteve por aqui duas vezes, fala bem português e adora música brasileira, que já até gravou em seu novo cd. “Quero conhecer Maria Rita e vários outros artistas que admiro. Não vejo a hora de chegar aí”, confessa.
Mistura curiosa
A mistura nada ortodoxa de música cigana com dezenas de outros ritmos, marca registrada da banda nova-iorquina Gogol Bordello, atração do TIM Festival em outubro, tem uma explicação para lá de curiosa: foi por causa do grave acidente nuclear em Chernobyl, em 1986, que a família do ucraniano Eugene Hütz (líder e vocalista do grupo) reencontrou suas raízes ao fugir da cidade e conhecer parentes ciganos em sua peregrinação por campos de refugiados.
Discover Gogol Bordello!
Das notas dos jurados para as notas musicais
Por pouco o mundo não deixa de conhecer um dos grandes nomes do jazz, a pianista e compositora norte-americana Carla Bley, hoje com 72 anos, que se apresenta em outubro no TIM Festival. Durante a adolescência, Carla treinou duramente para realizar seu sonho: tornar-se uma patinadora profissional.
Raízes profundas
Atração confirmada para o TIM Festival, em outubro, a pianista e compositora de jazz, Carla Bley, já avisou à produção do evento que quer conhecer as verduras e legumes cultivados no Brasil. Colecionadora de sementes, Carla planta no quintal de sua casa em Nova Iorque todas as que recolhe pelos lugares por onde passa: “Adoro incrementar minhas refeições com os vegetais cultivados na minha horta”, revela.
Discover Carla Bley!
Tudo em família
A banda norte-americana The National, atração do TIM Festival em outubro, é formada por dois pares de irmãos: Aaron (baixo) e Bryce Dessner (guitarra) e Bryan (bateria) e Scott Devendorf (guitarra). São eles que acompanham o vocalista Matt Berninger.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
The Cramps - Naked Girl Falling Down The Stairs
Ah os The Cramps. Adoro!
Onde mais você encontraria um vocalista com o nome de Lux Interior, que gosta de subir no palco numa arrochada roupa de vinil e salto alto do tipo “agulha” (é assim que você mulheres chamam?!) para tocar um rock ‘n’ roll débil?
E mais: ter uma guitarrista chamada Poison Ivy (Erva venenosa).
Só podia ser de Nova York, né?
Essa banda têm um vídeo – eu cheguei a ver um trecho uma vez, em uma loja em São Paulo - de um show que eles fizeram num hospício... para os internos!
“Me disseram que vocês eram loucos, mas parecem tão normais pra mim!”
Acho que foi isso que o Lux Interior falou.
Fui abrir Youtube e lá estava esse clipe de “Naked girl falling down the stairs”, do álbum Flamejob, de 1994. Daí lembrei de vocês, meus cinco leitores, e resolvi compartilhar esta jóia.
Esse CD chegou a ser distribuído por uma gravadora bem obscura por aqui. Lembro que comprei-o numa pequena loja perto da rodoviária de Brasília (onde fica aquele shopping que eu nunca lembro o nome).
Hoje é tão fácil encontrar uma edição nacional do Cramps quanto ver o João Gilberto na rua.
Flamejob é um dos melhores do grupo.
Mas o meu favorito é o primeirão, Songs The Lord Taught Us (1980), a começar pelo título cínico: “Canções que o Senhor nos ensinou”.
O som é o que se convencionou chamar de “psychobilly”: aquele rock 'n' roll dos primórdios, com referências a filmes de horror e cultura pop trash.
Uma mistura de Elvis Presley com Zé do Caixão. Divertido que só a gota.
E não deixe de ver também o clipe de Bikini girls with machine guns
No site oficial tem umas fotos bem legais.
domingo, 20 de julho de 2008
Morre Dercy Gonçalves
É meio difícil de acreditar, até porquê a notícia chegou de supetão: abro o G1 no final da manhã deste domingo e lá está a manchete: "Família e amigos velam o corpo de Dercy Gonçalves"
Quê???? Dercy Gonçalves morreu???
Eu nunca imaginei que Dercy Gonçalves iria morrer. Juro.
Aquela velhinha desbocada e espirituosa era de uma vivacidade que desafiava a própria morte.
Curioso é que ontem à noite, folheando a Época desta semana, tinha uma frase dela dizendo que iria viver até os 140 anos.
Eu queria que ela vivesse até os 200.
Fiquei triste. E com saudades....
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Meu Coringa é melhor que o seu
Acabei de ver Batman – O Cavaleiro das Trevas. E vou logo dando minha humilde opinião: achei chato.
Veja bem, chato é diferente de ruim. Ele não é ruim. Só é maçante. E por que é maçante? Bem, é aí que começa a discussão.
Batman – O Cavaleiro das Trevas chega a ser eletrizante em sua meia-hora final. O que acontece até lá nada mais é do que uma enfadonha mistura de filme policial com suspense, apoiada nas velhas cenas de ação clichê (perseguição de carros nada especial, briga em boate trivial, bla, bla, bla).
O diretor Christopher Nolan deixou as grandes frases, as boas sacadas dos quadrinhos e as seqüências surpreendentes apenas pro final? Por que? Por que??? Por que????
Sei lá.
Batman, a partir do Begins (2005), tomou ares de polêmica lá na redação do JP quando, naquela época, eu me levantei contra toda a genialidade que a crítica e alguns fãs imputaram ao filme. Eu apenas achei-o chato, e hoje, não mais que este novo.
Batman costuma render debates acalorados entre eu e meus colegas de Vida e Arte e amigos Renato Félix e Astier Basílio. Renato, aliás, só falta me esgoelar por conta da maneira como vejo Begins.
É o seguinte: eu sou do tempo em que super-herói era super. Era um modelo de supremacia, bondade e justiça para uma criança que começava a construir valores éticos e morais. O super-mocinho com poderes ilimitados para destruir todos os bandidos da face da terra. Até os mais malvados. Para mim, era essa a função de Batman, Super-homem, Homem-Aranha e toda essa turma.
Afinal, eu sempre achei que os super-heróis seriam a representação dos antigos deuses e semi-deuses para um mundo moderno.
Aí um belo dia, um escritor (Alan Moore) inventa de levar à sério esse papo de super-herói e faz do Batman um sujeito atormentado, perturbado e, até certo ponto, frágil e todo mundo achou isso genial. E certa vez, eu quase apanho de uma garota muito da bizarra simplesmente porquê disse que não gostei do filme. Veja a que ponto nós chegamos.
A história de Moore é ótima, mas destruiu meu super-herói. Se ele tem todos esses dramas e precisa tomar Lexotan e fazer terapia, então ele não é mais super, concorda?? Esse conceito ultra-moderno leva o herói para lugares tão escuros e sombrios que o transformam em outra coisa. Se essa outra coisa é boa ou ruim, é outra discussão, mas o Batman, como herói, para mim, veja bem, para mim, não funciona. Sobretudo na medida em que passa a figurar em um drama bergmaniano, e não em um filme de ação disposto a me entreter de forma inteligente.
Begins leva tudo isso à máxima potência. Se ocupa de transformar o "super" em um humano cheio de conflitos e perturbações e dúvidas e aí, nossos “deuses gregos” se tornam homens comuns, tão complicados, intolerantes e, principalmente, chatos como nós, humanos, que achamos genial que alguém destrua toda essa fantasia de criança.
Eu – André – não acho legal. Mas tem quem ache. Afinal, estamos falando de cinema, de conflitos e Shakespeare e de colocar Batman no state of the art que muita gente insiste em colocar.
Aí esse papo de intelectual estragou minha ida ao cinema (eu ainda me refiro à Begins) para ver um filme de aventura, eletrizante e divertido. Muito pelo contrário. Sai deprimido, triste, como se tivesse acabado de ir a um enterro.
Tá ok. Vamos esquecer o papo de super-herói e se concentrar na história. Tudo bem, eu também gosto de dramas.
Três anos depois e volto ao cinema para ver um novo Batman.
Dessa vez eu botava fé: chega moído e papo de psicanalista e vamos à ação.
Todo mundo falando bem do vilão (ao contrário do inexpressivo Espantalho do filme anterior) e cenas feitas em iMax para realçar as cenas de aventura.
Como já disse anteriormente, me deu sono. Desta vez, nem os aspectos psicológicos, tão bem empregados nas recentes graphic novels (embora tenham destruído meu conceito de super-herói), aparecem no filme de 2 horas e 20 minutos.
Na verdade até aparecem: depois de 1h50, aproximadamente. Ou na cena em que Batman e Coringa se encaram na delegacia. Então vocês espera 1h50 para o filme começar. E quando ele começa, você não fica tão chateado quanto estava até então.
O problema de O Cavaleiro das Trevas (que nada tem haver com a novela em quadrinhos de mesmo nome) é se levar à sério demais, querer ser sombrio demais, e aí ele se afunda tanto nisso que se perde. Ou pior, vai tão fundo parece chegar do outro lado, ficando na superfície oposta. 60% do filme é assim: superficial.
Na saída do cinema, encontrei Astier e Renato. Os dois apostavam que iriam gostar do filme (no momento em que eu escrevo, eles estão no cinema). Eu acho que Renato vai, Astier não. Ou, pelo menos, vai dizer que Begins é melhor. Bem melhor.
Astier propôs que formemos uma comissão julgadora para ver quem tem a razão. Eu não me preocupo em ter razão. Só defendo um ponto do vista que é diferente da crítica. Renato defende o filme antes de vê-lo sustentado nas opiniões ilibadas de críticos como Luiz Carlos Merten. Pô, esses caras são completamente falíveis.
Na verdade, existe uma certa cartase coletiva da crítica achar os recentes Batmans uma coisa do outro mundo. Fica todo mundo jogando confete e dizendo que é o máximo. Estão superestimando-os.
Não que os outros sejam melhores. Mas pelo amor de Deus. Se alguém disser que O Cavaleiro das Trevas é melhor do que Begins, é melhor internar no Asilo Arkan.
Mas boa parte da louvação está na atuação do finado Heath Ledger como o Coringa. Um ótimo trabalho, digno de um Oscar póstumo. Concordo. Mas não é muito melhor que Jack Nicholson no mesmo papel, no Batman (1989) de Tim Burton.
São Coringas bem distintos e eu vou logo dizendo que gosto mais do de Nicholson. Este Coringa aqui faz um gênero bonachão, de tiradas impagáveis e, com o perdão da palavra, um escroto como o personagem deve ser.
O Coringa de Ledger faz o tipo psicótico, de meter medo no serial killer de Jorgos Mortais. É muito doido, muito cruel, mas falta-lhe o deboche do Coringa de várias HQs que muito de nós lemos. Aqui não há o que se discutir: um não é melhor do que o outro, porque não há uma visão única do Coringa. Portanto, não me venham minimizar Nicholson sob hipótese alguma.
O Coringa de Ledger me deixou com saudades do Coringa de Nicholson, e, por tabela do filme de Tim Burton, apesar do infame Michael Keaton no papel principal. Mas aquele Batman era mais próximo ao universo da HQ, da HQ do super que aniquilava o bandido e salvava meu dia. E o meu ingresso. Veja aqui o trailer do Batman de Burton.
Do novo Batman eu gostei mesmo foi do Alfred. Acho que o personagem do sempre ótimo Michael Caine é quem, de fato, rouba a cena do novo filme.
Astier e Renato falaram que vão postar suas impressões em seus respectivos blogs ainda este fim de semana. Já deixei os links para vocês conferirem.
Na terça-feira que vem, o Jornal da Paraíba traz uma crítica do Renato sobre o filme. Ficarei bastante surpreso se ele não concordar que o filme se resume à meia-hora final.
E você, o que achou? Comenta aí.
A música do fim de semana
Essa aqui saiu direto do coleçãozinha.
"Getting down" é uma das faixas mais legais do novo disco do The Kills, Midnight Boom (EMI).
O Kills é uma dupla descoladinha formada por um casal, Alison “VV” Mosshart e Jamie “Hotel” Hince.
Bebem do rock, do electro, do punk e fazem um som diferente. Freqüentam a mesma escola do maluco do John Spencer Blues Explosion e do White Stripes.
Já estiveram aqui perto, num Abril Pro Rock, no Recife.
Espero que vocês gostem.
Discover The Kills | www.downloadingnews.net!
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Sintonizado no Deezer
Deezer é meu novo vício.
É tipo uma estação de música, com rádios e um ótimo banco de músicas pop, mas também permite que o usuário faça uploads de suas próprias músicas, o que eu achei maravilhoso, até porque permite que essas músicas sejam compartilhadas – para quem for usuário do sistema.
Ah, vai lá. É de graça.
Ainda não coloquei muita coisa lá não. Apenas uma música do novo álbum do The Kills. Vou falar dele mais na frente.
Daí enquanto editava dois cadernos pro Jornal da Paraíba, pude ouvir e anotar algumas coisas.
Compartilho com vocês, meus cinco leitores (aumentou um!) algumas músicas que rolaram hoje:
Discover Beck!
Discover Pop Levi!
Discover Teenage Fanclub!
Discover Deserty!
Discover Mr. Scruff!
Discover Emily Jane White!
Ah, para quem já é sócio, é fácil me achar. É só clicar aqui.
Mada divulga programação completa
Tá no site do Mada, a escalação completa para a edição comemorativa dos dez anos do festival mais divertido das redondezas.
A Paraíba vai muito bem representado pelo Sem Horas (foto), banda de rock 'n' roll bastante despretenciosa e divertida, que vem conquistando corações e mentes por aqui.
O Mada acontece na arena do hotel Imirá, na orla de Natal (RN), entre os dias 14 a 16 de agosto.
A programação completa é a seguinte:
Quinta-feira (14)
O Rappa (RJ)
Motosierra (URU)
Brand New Hate (RN)
Sweet Fanny Adams (PE)
NV (RJ)
Radar Indie
Poetas Elétricos (RN)
Sexta-feira (15)
Lobão (SP)
Pato Fu (MG)
Autoramas (RJ)
Curumim (SP)
Isaac e a Síntese Modular (RN)
Poliéster (RS)
Subaquático (BA)
Lunares (RN)
The Volta (RN)
Sábado (16)
Seu Jorge (RJ)
Josh Rouse (EUA)
Cordel De Fogo Encantado (PE)
Mallu Magalhães (SP)
Falcatrua (MG)
Macanjo (RJ)
Sem Horas (PB)
Rosa De Pedra (RN)
terça-feira, 15 de julho de 2008
Leia os textos, ouça as musiquinhas
Ah, enfim, consegui botar musiquinhas no blog. Ta aí do lado.
Não tem a mínima graça falar de música e não ter como botar umas pra rolar.
Catei umas favoritas aqui no laptop e consegui reunir as 9 aí do lado.
Vez ou outra vou botar coisinhas legais aí. Fique ligado.
A lista atual é a seguinte:
“Your love is the place where I come from” (Teenage Fanclub) – É a música mais linda do mundo. Tenho alguns discos do TFC e até hoje sofro horrores por não ter ido ao show dos caras no Recife. Mas só conheci essa música com o 31 Songs’ do Nick Hornby, um autor que eu aprecio bastante.
“Autumn in New York” (Bilie Holiday) – Eu sempre ando com uma música da Billie Holiday aqui comigo. É item de primeira necessidade. É a minha cantora favorita e a maior de todas de todos os tempos. “Autumn in New York” nem é das mais conhecidas dela, mas com certeza é a mais bela. Eu consegui numa coletânea da série Ken Burns Jazz. Experimente.
“Wouldn’t it be nice” (Beach Boys) – Meu sonho é que essa música toque no meu casamento. Repare na letra. Fora que a melodia é deslumbrante. Está no meu Top 10 músicas favoritas. É a faixa que abre o tão falado Pet Sounds.
“Kids” (MGMT) – Tô fissurado nesse grupo e, em especial, nessa música. Eu tenho um amigo, Kiko, que vive me dizendo que a música traz o cheiro do momento. Lá na frente, essa música vai me trazer uma lembrança bem especial. Tá no CD Oracular Spetacular, que acaba de sair pela Sony-BMG, inclusive no Brasil.
“I’ll take care of you” (Mark lanegan) – É o meu cantor favorito. O cara é ex-vocalista do Screaming Trees, uma banda subestimada do Grunge. Decidiu sair em carreira solo e mostrar toda sua voz embriagada em uns rocks com pé no blues e no folk. Esse aqui é um cover, mas eu não lembro agora de quem é o original. Etta James e Van Morrison também gravaram essa música.
“Funkier than a mosquito’s tweeter” (Nina Simone, Jazzeem’s All Styles Remix) – Eu acho uma mácula essa história de remixar cantoras de jazz. Tanto que eu detesto o disco da Billie remixado. Mas o da Nina Simone (Remixed & Reimegined, Sony-BMG) ficou muito bom. Essa é uma das melhores do CD.
“Boy like a timebomb” (Noonday Undergound) – Sou louco pra pegar esse disco (Surface Noise). Acho a voz dessa garota (Daisy Martey) fantástica. Quando Skie saiu do Morcheeba, os caras que ficaram conseguiram arrastá-la para o estúdio e o resultado é o ótimo The Antidote, que infelizmente não saiu no Brasil (consegui um importado, no precinho, na Second Spin).
“Hey sailor” (Detroit Cobras) – E aí, gostou do rock ‘n’ roll??? Conterrâneos do White Stripes, essa turma de Detroit é sensacional, não só pela energia, mas também pelo vozeirão da mocinha que tá cantando, Rachael Nagy. Também, infelizmente, não tem nenhum disco no Brasil. Eu ainda consegui dois: um na Second e outro com Everaldo Pontes.
“Forget her” (Jeff Buckley) – Acabou o namoro? Levou um chute na bunda, meu amigo? Não ouça essa música. A devastadora “Forget her” é uma sobra de estúdio do clássico álbum Grace. Saiu numa edição especialíssima desse mesmo álbum, que inclui o disco original remasterizado mais um CD de raridades e um DVD. Também só tem importado.
Eu aconselho que vc deixe a música carregar toda para, aí, desfrutar dela por completo.
Boa audição.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Rock: a lista completa
Então, resolvi colocar um Top 10, seguido dos discos votados.
1. “Nevermind”, Nirvana (16)
2. “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, Beatles (13)
3. “Pet Sounds”, Beach Boys (11)
4. “Dark Side of The Moon”, Pink Floyd (9)
5. “White Album”, Beatles (8)
6. “Ok Computer”, Radiohead (8)
7. “
8. “Doolitle: , Pixies (7)
9. “IV”, Led Zeppelin (5)
10. “Are You Experienced”, Jimi Hendrix (4)
“The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars”, David Bowie
“Fresh Fruit For Rotten Vegetables”, Dead Kennedys
“Exile On
“Never Mind The Boolonks”, Sex Pistols
“Mellon Collie and the Infinite Sadness”, Smashing Pumpkins
“Velvet Underground & Nico”, The Velvet Underground & Nico
3 votos:
“Rubber soul”, Beatles
“Black Sabbath”, Black Sabbath
“Black Album”, Metallica
“Rocket to
“Ramones”, Ramones
2 votos
“Highway 61 Revisited”, Bob Dylan
“Brothers in Arms”, Dire Straits
“The Real Thing”, Faith No More
“Jardim Elétrico”, Mutantes - Jardim Elétrico
“Os Mutantes”, Mutantes (2)
“The Piper at the Gates of Dawn”, Pink Floyd
“The Wall”, Pink Floyd
“A Night At The Opera”, Queen
“The Bends”, Radiohead
“Krig-Ha Bandolo”, Raul Seixas
“Is This It”, Strokes
“Bandwagonesque”, Teenage Fanclub
“The Queen Is Dead”, The Smiths
“Who's Next”, The Who
“Cabeça Dinossauro”, Titãs
“High Voltage”, AC/DC
“Back in black”, Ac/DC
“Rock for light”, Bad Brains
“
“Razorblade Suitcase”, Bush
“Younger than Yesterday”, The Byrds
“Blonde on Blonde”, Bob Dylan
“Vol.
“Silent Alarm”, Bloc Party
“Southern Harmony An Musical Companion”, Black Crowes
“Greetings From
“Bogary”, Cascadura
“Da Lama Ao Caos”, Chico Science & Nação Zumbi
“She’s So Unusual”, Cyndi Lauper
“Combat Rock”, The Clash
“Sandinista”, The Clash
“Hunky Dory”, David Bowie
“Bug”, Dinosaur Jr.
“Crocodiles”, Echo & The Bunnymen
“Elvis Presley (1956)”, Elvis Presley
“30 # 1 Hits”, Elvis Presley
“General Junkie”, General Junkie
“Bee Thousand”, Guided by Voices
“Dookie”, Green Day
“Appetite for Destruction”, Guns N' Roses
“Use Your Illusion”, Guns N' Roses
“Psicoacústica”, Ira!
“The Number Of The Beast”, Iron Maiden
“Automatic”, The Jesus & Mary Chain
“Album Branco (1973)”, João Gilberto
“Psychocandy”, Jesus & Mary Chain
“Experience (BBC Sessions)”, Jimi Hendrix
“John Lennon/Plastic Ono Band”, John Lennon
“At Folsom Prison”, Johnny Cash
“Samba Esquema Novo”, Jorge Ben
“Unknown Pleasures”, Joy Division
“In the Court of Crimson King”, King Crimson
“Destroyer”, Kiss
“Led Zeppelin (1969)”, Led Zeppelin
“The Songs Remains To Same”, Led Zeppelin
“Psicografitti”, Led Zeppelin
“Dois”, Legião Urbana
“Transformer”, Lou Reed
“What`s Going On”, Marvin Gaye
“Kill em’ All”, Metallica
“Master of Puppets”, Metallica
“...And Justice for all”, Metallica
“Loveless” My Blood Valentine
“Rust never sleeps”, Neil Young
“On The Beach”, Neil Young
“Televisão pra Cachorro”, Pato Fu
“Ten”,
“Meedle”, Pink Floyd
“A Saucerful of Secrets”, Pink floyd
“Wish You Were Here”, Pink floyd
“Surfer
“Uh Huh Her”, PJ Harvey
“Usuário”, Planet Hemp
“Rage Against The Machine”, Rage Against The Machine
“Loco Live”, Ramones
“Stripped”, Rolling Stones
“Beggar’s Banquet”, Rolling Stones
“The Pros and Cons of Hitch Hiking”, Roger Waters
“Amused to Death”, Roger Waters
“Reign in blood”, Slayer
“Secos e Molhados
“Schizofrenia”, Sepultura
“Roots”, Sepultura
“Daydream Nation”, Sonic Youth
“Dirt”, Sonic Youth
“Experimental Jet set Trash and No Star”, Sonic Youth
“
“Stone Roses”, Stone Roses
"Is This It?", Strokes
“Super Extra Gravity”, The Cardigans
“The Doors”, The Doors
“
“Here Are The Sonics”, The Sonics
“The Joshua Tree”, U2
“Astral Weeks” , Van Morrison$$
“Heavy Changes”, Velvet Crush
“A Redenção dos Corpos”, Violins
“The Blue Album”, Weezer
“
domingo, 13 de julho de 2008
As sempre polêmicas listas
Hoje é o Dia Mundial do Rock. E eu estou escrevendo este texto ao som do genial White Album, dos The Beatles.
Alguns posts abaixo, eu falei de uma enquete que estava promovendo para eleger os Top 5 discos fundamentais do rock para o Jornal da Paraíba. A matéria saiu, claro, neste domingo.
2. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band - The Beatles (1967, EMI)
3. Pet Sounds - The Beach Boys (1966, EMI)
4. The Dark Side of the Moon - Pink Floyd (1973, EMI)
5. The White Album - The Beatles (1968, EMI)
(por um erro de control C+ control V, a data saiu errada no jornal)
Acredito que muita gente vá chiar pelo Nevermind aí encabeçar uma lista tão importante.
Eu mesmo não votei no Nevermind. Quer dizer, não no Nevermind do Nirvana.
O meu top 5 foi este:
- Elvis Presley (1956) - Elvis Presley
- Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967) - Beatles
- Led Zeppelin (1969) - Led Zeppelin
- Os Mutantes (1968) - Mutantes
- Nevermind The Bollocks - Sex Pistols
Eu entendo como discos fundamentais, aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a perpetuação do gênero e indicaram os caminhos a seguir.
Listar só cinco discos é uma tarefa bastante cruel, admito. Mas essa é a graça do desafio.
Essa minha lista, mesmo, é completamente deficitária. Assim como todas serão. Admito que o Pink Floyd teria que estar entre os cinco, mas preferi Mutantes, pela representatividade dentro e fora do país.
Por outro lado, voltando a lista do jornal, Nevermind nunca figuraria em uma lista de cinco. E nem de dez. Existem, com certeza, dez discos mais importantes que Nevermind, em que pese o acabamento e a importância do disco e do grupo.
Mas se a gente entrar no mérito do fundamental como eu apontei aí acima, o de discos que apontaram caminhos, Ok Computer (que chegou a empatar com o White Álbum) tem uma relevância muito maior para o rock do que Nevermind. Afinal, a escolha do Nirvana para encabeçar a lista, dá-me a impressão que é mais pelo apelo mítico que Kurt Cobain e sua morte trágica causou, e pelo sucesso que o grupo fez à época, do que pela qualidade, inspiração, estética e vanguarda do CD.
Dois discos que eu citei na minha lista – Led Zeppelin e Nevermind The Bollocks – são as matrizes, completas, para o disco do Nirvana. E para milhares de bandas que surgiram depois. Achei mais importantes cita-los do que dar o crédito ao grupo de Kurt Cobain.
Assim como acho que Pet Sounds não entra nos cinco. E acho exagero ter dois discos dos Beatles, apesar da importância do grupo. Mas outros tantos, como Rolling Stones e The Clash (que foram bem votados) também tem uma importância tão grande – mas não maior – que os dois álbuns que entraram na lista.
Bem, queria, de novo, agradecer a todo mundo que colaborou com a matéria do JP. Listas são, sempre, brincadeiras bastante divertidas.
Fiquem à vontade para comentar aqui embaixo essas listas e elencar seus discos fundamentais também.
sábado, 12 de julho de 2008
Mada anuncia Josh Rouse; programação completa sai na próxima semana
O Mada, o bacana festival de música pop que acontece em Natal (RN), entre os dias 14 e 16 de agosto, anunciou sexta-feira (11) mais dois nomes, desta vez, internacionais.
O cantor e compositor norte-americano Josh Rouse (foto) e a banda uruguaia Motossierra integram o cast, que ainda conta com Seu Jorge, Pato Fu, Lobão, Cordel do Fogo Encantado, O Rappa, Curumin, Mallu Magalhães, Sweet Fanny Adams, Poliester, Falcatrua, Brand New Hate, Lunares, Síntese Modular, Rosa de Pedra, Os Poetas Elétricos, BarbieKill e Macanjo.
O idealizador do festival, Jomardo Jomas, respondeu à lista Nordeste Independente ontem anunciando que a programação completa na próxima semana.
Josh Road é o queridinho do cineasta Cameron Crowe. Você viu filmes como Vanilla Sky ou Quase Famosos?? Tem música do rapaz lá. O caboclo é sensacional: faz um som folk contemporâneo de primeira. Clique aqui para conhecer.
O Mada já trouxe gringos bem legais. Vi por lá o The Walkman, uma das melhores bandas indies de Nova York. No ano passado, quem tocou por lá foi o The Russian Futurist (veja aqui uma foto minha com os caras).
Bossa Nova passa também por João Pessoa
Eu trouxe uma boa... boa não, ótima notícia para os fãs da Bossa Nova na edição deste sábado (12) do Jornal da Paraíba.
No próximo dia 7 de agosto, como parte dos eventos do CCBB Itinerante, vai rolar um tributo ao gênero do banquinho e violão com uma baita homenagem a Roberto Menescal.
Quem vai estar em João Pessoa? Somente Carlos Lyra (foto), Leny Andrade, Fernanda Takai (que recentemente regravou Nara Leão) e Emílio Santiago.
O show será no teatro Paulo Pontes e o mestre de cerimônias será ninguém mais, ninguém menos, que Luís Carlos Miele, ele mesmo, da dupla ‘Miele & Bôscoli’ (com Ronaldo Bôscoli).
Maiores detalhes sobre a apresentação serão divulgados em breve.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
A música do fim de semana
Alguns textos atrás, eu falava que havia chegado à redação do JP o disco de estréia do MGMT, um grupo indie que tem dado o que falar por aí.
À primeira audição, eu não me impressionei tanto, mas depois vi o quanto 'Oracular Spetacular' (Sony-BMG) é um disco extraordinário.
O vídeo acima - que mostra a dupla Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden como o elo perdido entre o Secos e Molhados e o Pablo do Qualé a Música (aquele mesmo, das tardes de domingo dos anos 1980) - é de uma das melhores faixas do CD, 'Kids'
Polêmica na lei de internet
Eu comecei a me preocupar quando meu professor de Novas Tecnologias me encaminhou um e-mail do André Lemos.
Baiano, André Lemos é uma autoridade em cibercultura. Pós-doutorando, autor do livro-referência 'Cibercultura: Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea' (Sulina), ele redigiu texto abaixo alertando para "furos" nessa lei e mobilizar a opinião pública para fazer alguma coisa antes que seja tarde demais.
O projeto de lei passou no Senado e agora vai para a Câmara.
Eu tô tenso.
Primeiro, porque Lemos é uma pessoa que entende profundamente do que vem a ser o uso da internet e a cibercultura. Eu li o livro dele e estudo seus textos. Então, se é ele quem ta dizendo, é porque aí tem coisa.
Segundo, porque todos nós, que não somos ingênuos, sabemos que nossos senadores e congressistas costumam aprovar leis “de bolo” e, já colecionamos inúmeros exemplos, de políticos que nem sequer sabem o que aprovaram. Isso me deixa realmente tenso.
Alguns de vocês podem até achar exagero, afinal, aparentemente, a lei se propõe a acabar com pedofilia, hackers e toda corja de mal-elementos que acabam por tornar o mundo (inclusive o virtual) uma bosta (com o perdão da palavra).
Dá para acompanhar toda essa discussão no blog do André Lemos.
Aqui, reproduzo o e-mail dele: