Diversidade para as massas
Por André Cananéa
Por André Cananéa
Ivete Sangalo é uma artista pé no chão. Sabe que seu sucesso é fruto da popularidade das suas músicas e do carisma com que conduz sua carreira e não faz tipo. Em dez anos de carreira solo, já deixou claro como o sol de Salvador que não tem arroubos pretensiosos de lançar trabalhos de vanguarda, arrojados ou que seja inacessível ao seu público.
O novo projeto da cantora, Pode Entrar (Caco de Telha/Universal Music, R$ 32 o CD e R$ 39,90 o DVD), portanto, não é nada mais que a velha Ivete, acompanhada de amigos, familiares e ídolos, em seu trabalho mais intimista e sincero. A proposta não deixa de ser curiosa: eu seu big apartamento, ela recebeu talentos tão díspares quanto Maria Bethânia e a banda Aviões do Forró. O leque variado demais da conta leva, inevitavelmente, a irregularidade. Mas em se tratando de Ivete cabe o ‘e daí’?
Ivete se dá bem na animada “Balakbak” e no hit “Cadê Dalila”, com toques indianos e guitarra pesada. Faz uma releitura descente para o hit “Brumário”, de Lulu Santos, dividindo os vocais com o próprio Lulu, entra legal na onda de Marcelo Camelo (“Teus olhos”), cai no “reggae Armandinho” com Saulo (“Vale mais”) e mostra a irmã Mônica San Galo (a grafia é esta mesmo) com dignidade (“Completo”). Escorrega com Carlinhos Brown exatamente no que ela acreditava ser um ponto forte: a balada “Quanto ao tempo” é por demais piegas. E o encontro com Aviões do Forró (“Sintonia e desejo”) é nitidamente mercadológico.
Mas o encontro com Bethânia eleva o projeto a um patamar muito superior e o disco teria um outro nível se a direção musical tomasse esse rumo. Bethânia canta “Muito obrigado axé” junto com Ivete, cercada de um solene quarteto de cordas e uma percussão afro-baiana cativante. A música de Brown parece ter sido feita sob medida para a grande interprete baiana e Ivete está ali como mero coadjuvante. Ela sabe disso e fica feliz, afinal, é Bethânia, né?!
O DVD tem o tom espontâneo. Bethânia soltando um discreto ‘e não vai ser playback?’, na hora que o grupo todo vai gravar o clipe, é uma mostra da despretensão de Ivete.
O novo projeto da cantora, Pode Entrar (Caco de Telha/Universal Music, R$ 32 o CD e R$ 39,90 o DVD), portanto, não é nada mais que a velha Ivete, acompanhada de amigos, familiares e ídolos, em seu trabalho mais intimista e sincero. A proposta não deixa de ser curiosa: eu seu big apartamento, ela recebeu talentos tão díspares quanto Maria Bethânia e a banda Aviões do Forró. O leque variado demais da conta leva, inevitavelmente, a irregularidade. Mas em se tratando de Ivete cabe o ‘e daí’?
Ivete se dá bem na animada “Balakbak” e no hit “Cadê Dalila”, com toques indianos e guitarra pesada. Faz uma releitura descente para o hit “Brumário”, de Lulu Santos, dividindo os vocais com o próprio Lulu, entra legal na onda de Marcelo Camelo (“Teus olhos”), cai no “reggae Armandinho” com Saulo (“Vale mais”) e mostra a irmã Mônica San Galo (a grafia é esta mesmo) com dignidade (“Completo”). Escorrega com Carlinhos Brown exatamente no que ela acreditava ser um ponto forte: a balada “Quanto ao tempo” é por demais piegas. E o encontro com Aviões do Forró (“Sintonia e desejo”) é nitidamente mercadológico.
Mas o encontro com Bethânia eleva o projeto a um patamar muito superior e o disco teria um outro nível se a direção musical tomasse esse rumo. Bethânia canta “Muito obrigado axé” junto com Ivete, cercada de um solene quarteto de cordas e uma percussão afro-baiana cativante. A música de Brown parece ter sido feita sob medida para a grande interprete baiana e Ivete está ali como mero coadjuvante. Ela sabe disso e fica feliz, afinal, é Bethânia, né?!
O DVD tem o tom espontâneo. Bethânia soltando um discreto ‘e não vai ser playback?’, na hora que o grupo todo vai gravar o clipe, é uma mostra da despretensão de Ivete.
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