Uma delas é True Blood, que cheguei a comentar rapidamente aqui no blood, digo, blog.
A série está sendo exibida pela HBO americana e até onde eu sei, não tem previsão de passar por aqui. Vi os dois primeiros capítulos que encontrei aí pelo caminho...
True Blood é uma corruptela para “true love” (amor verdadeiro), palavra que os americanos adoram, da mesma forma como nós aqui usamos muito “amor incondicional” nas legendas das fotos do Orkut para mães, pais, irmãos, noivos e noivas, cachorros de estimação e até pro carinha que fulana conheceu ontem na balada.
Enfim...
True Blood é uma série teen sobre vampiros. Anna Paquin, a Vampira da trilogia X-Men – a coincidência é apenas na tradução brasileira, já que a personagem original se chama Rogue, que eu não sei o significado em português, mas com certeza não é vampiro, certo?! –, é uma garçonete adolescente que tem o poder de ler a mente das pessoas.
Gostosinha que só ela, não tem namorado, já que todos os seus encontros deram errados, afinal, já quando o candidato punha os olhos na belezoca, pensamentos sórdidos brotavam instantaneamente e isso deixava nossa estrelinha bastante irritada. Até que um dia, ela serve um vampirão com pinta de galã, e cujos pensamentos ela não consegue “ouvir”, e se apaixona encantadamente por ele e ele, por ela. E foi aí que eu parei, por enquanto.
A série é regular, mas cativante. Tem bastante sexo e pouco sangue – tem mais romance. O pouco sangue se explica porque aqui os vampiros são integrados à sociedade. Isso aconteceu depois que cientistas criaram sangue sintético e os sangue-sugas pararam de caçar os humanos. Afinal, agora eles poderiam comprar uma dose na loja de conveniências da esquina.
Mesmo assim, tal qual os citados X-Men, os vampiros são vistos com discriminação e desconfiança. E é nessa bagaça que a personagem de Paquin (Sookie, bonitinho, não?) vai se meter.
Quem quiser conhecer mais, pode dar um pulinho no site oficial ou na comunidade brasileira da série no Orkut.
Já comentei algumas vezes – não lembro se por aqui – que os vampiros estão em alta nos Estados Unidos. Curiosamente, essa febre ainda não chegou no Brasil. Pelo menos numa escala nacional.
O carro-chefe dessa onda toda são os livros da escritora americana Stephenie Meyer. Twilight, o primeiro de uma trilogia, saiu por aqui no começo do ano com o nome de Crepúsculo (Intrínseca). Agora é a vez de Lua Nova chegar às lojas.
Eu li Crepúsculo. A prosa de Meyer é fluente e o forte da sua narrativa está na capacidade da autora descrever as cenas de ação com tanta habilidade que não tem como você não se sentir imerso no livro.
Mas a história é tão bobinha. Ambientado numa cidadezinha no meio do nada da costa Leste dos Estados Unidos, Crepusculo conta a história de uma adolescente que se muda para essa cidade, faz amigos na escola e se apaixona por um enigmático coleguinha que, claro, é um vampiro cheio de princípios.
O livro é um romancezinho teen que conquistou os teens de lá, mas ainda não os de cá. O sucesso é tão grande que Crepusculo já virou filme, com estréia prevista para novembro nos Estados Unidos. Clique aqui para ver o trailer.
Eu arrisco dizer que o desempenho de Crepúsculo aqui não tem sido tão grande quanto lá fora pela tradução. Nossa, a tradução para o português é horrenda. Parece que o livro foi colocado no tradutor do Google, clicado, copiado, colado e impresso. Tá, tô exagerando. Mas é quase isso. Tradução fria e impessoal.
Ainda mais para quem, como eu, leu o esplendido Entrevista Com o Vampiro, de Anne Rice, numa tradução de ninguém menos que Clarice Lispector. Eu falo isso para as pessoas e muitos reagem como "É mesmo???!!!" - só lembrando que Entrevista... é de 1976.
Não sei como funciona isso de tradução. Não sei se todas as edições têm um mesmo tradutor. Por exemplo, o meu Neuromancer, de William Gibson, foi traduzido pelo jornalista Alex Antunes, a quem admiro à distância. Mas o texto simplesmente não flui. E acho que a editora concorda comigo, já que a nova edição do livro, que vi recentemente numa livraria, já tem outro tradutor.
Mas o Entrevista com o Vampiro que eu tenho tem a assinatura de Clarice. Escaniei a capa e a folha de rosto com o crédito da escritora para quando vocês passarem por um sebo, não pensarem duas vezes antes de tê-lo na coleção.
3 comentários:
'Rogue' significa 'ladrão', mas num sentido diferente de 'thief' e 'robber'. É como se um praticasse assalto, outro roubo e o outro furto. 'Rogue' tem uma carga mais suave do que os outros, podendo encaixar-se em adjetivos como 'larápio'. No quadrinho, ao sugar a energia do adversário com o toque, 'Vampira' também "roubava" temporariamente os poderes mutantes da vítima. Acho que a tradução foi dessa forma por nossa questão cultural. Primeiro pq no Brasil, ladrão é bandido e cabra safado em qualquer instância que não seja a política, segundo pq poderia rebaixar a heroína por alguma conotação sexual, tipo: Rameira = ladra + quenga.
Eita! VAMPIRAS me mordam se este não é o André, arauto dos teens. Um brinde pelo post - com um blood mary, claro.
Oi Monstro, vou te dar um help sobre tradução de livros. Não, um autor não necessariamente tem que ser traduzido pela mesma pessoa - salvo se for de grandes e poderosos autores como Gabriel Garcia Marques que não confia em mais ninguém pra traduzi-lo por aqui a não ser Eric Nepomuceno. Contrato de direito sobre uma obra, em geral, só dura o tempo da edição. Isso implica, editora, tradutor, reviso etc. Se for feita uma nova edição, o tradutor pode ser outro e o resto da equipe também, sem problema.
But, não sabia que Clarice tinha traduzido e Entrevista... o monstro tb é cultura!
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