quarta-feira, 11 de junho de 2008

O disco novo do Coldplay


Este é um texto que eu escrevi sobre o novo disco do Coldplay para a edição desta quarta-feira no Jornal da Paraíba:

Não é fácil compor três discos e chegar ao patamar de ‘a maior banda do planeta da atualidade’ (depois do U2, claro). Fazer sucesso e amadurecer, procurar se descobrir enquanto músico e explorar os limites da sua própria criação são bastante comuns a quase todas as grandes bandas de música pop do planeta quando se chega ao patamar do Coldplay. Então, com eles não haveria de ser diferente.

O quarteto inglês teve uma estréia promissora em 2000 com 'Parachutes', de onde saíram hits como “Yellow” e “Trouble”, baladas melancólicas que alcançaram o gosto da garotada em todo o globo. A banda reafirmou seu talento com 'A Rush of Blood to the Head', que saiu dois anos depois, levando canções como “In my place” às paradas de sucesso e dando fama mundial ao Coldplay. Depois de atingir o topo, eles começaram a busca por novos horizontes em 'X&Z', lançado há três anos.

O quarto álbum da banda vem sendo aguardado – e até anunciado – desde então. Esse disco já chegou. Se chama 'Viva La Vida or Death And All His Friends' e está na internet, em caráter oficial, desde sexta-feira passada. Através do MySpace da banda (www.myspace.com/coldplay), é possível ouvir o disco inteirinho, de graça - só não dá para baixá-lo. O CD chega amanhã às lojas de todo o mundo. Traz dez faixas, todas assinadas pelo grupo.

Com produção de Brian Eno (o ex-Roxy Music que trabalhou em projetos eletrônicos e esquisitos, como The Passengers, com o U2), 'Viva La Vida' é o trabalho mais complexo e rico em composição e harmonia do Coldplay, e por isso mesmo, o mais indigesto para o ouvinte comum dos ingleses. As baladas assobiáveis de 'A Rush' foram substituídas por conceitos abstratos, viagens etéreas e sonoridades pesadas.

Aqui, o grupo toma o mundo com as mãos, literalmente. A capa é a reprodução do quadro ‘Liberdade Guiando o Povo’, do francês Eugène Delacroix (1798 - 1863). O título é em espanhol e pode muito bem fazer referência ao diário de Frida Kahlo e há músicas que fazem referência a Londres (“Cemeteries of London”) e Japão (“Lovers in Japan”). Globalização é isso aí.

O Coldplay vive uma espécie de crise da meia-idade artística. Com dez anos de carreira, repete um fenômeno vivido pelos conterrâneos Radiohead há algum tempo. Estes, depois da obra-prima 'OK Computer' (1997), deram ao mundo um álbum perfeito, sombrio e hermético ('Kid A', de 2000). A crítica “cabeça” elogiou, mas os fãs ficaram sem entender nada. ‘Viva La Vida’ não chega a ser tão fechado, sequer perfeito. Mas é sombrio e difícil. Os fãs vão preferir ouvir os velhos hits.

Quem quiser conferir a matéria original pode acessar a edição digital do jornal na internet. O link está ao lado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dia propício para visitar, pela primeira vez, o blog do "candidato a marido 2008". Além de fazer uma declaração de amor (tá, é clichê! Mas tá valendo!), posso me deliciar com os textos perfeitinhos! (Sim, sou fã! E quem não seria???). Então, lá vai: "Feliz Dia dos Namorados, meu amor!" (Tá, tá, tá, eu confesso: fui brega! hihihihihi)

De verdade, bem verdadeira, entrei mesmo para dizer que sou fã dos teus textos!