segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Alugue um download

Acabei de ver no Plantão da Info... a LG, dentro em breve, oferecerá aparelhos de TV capazes de exibir filmes do Netflix recebidos diretamente da internet, sem a necessidade de um equipamento externo adicional.


A Netflix é a locadora do futuro – ou do presente, dependendo de onde você esteja.

Desde guri tenho uma ligação muito profunda com as videolocadoras. Meu pai foi um dos primeiros a investir em um videocassete e frequentei as primeiras locadoras de João Pessoa, ali por volta de 1984. Enquanto os cinéfilos iam ao cinema, eu ia à locadora. Adorava ter a minha disposição uma infinidade de opções. Eu chegava à porta do cinema e só tinha um filme. Era entrar ou não entrar. E pronto!

(veja bem, no meu tempo de criança não havia multiplex em João Pessoa)

Vi quando as locadoras alugavam fitas piratas, quando criaram “fitas seladas” (1989), “limpando” as locadoras da pirataria, vi quando os primeiros DVDs começaram a chegar, quando as locadoras inverteram as prateleiras de VHS e DVD e quando as fitas sumiram por completo. E estou aqui vendo os primeiros blue-rays serem postos para a locação.

Também acompanhei, torci e entrei na briga – como jornalista – das locadoras no combate a pirataria, briga injusta que levou cerca de 80% das locadoras da cidade a fecharem suas portas.

O mundo digital tornou a locadora obsoleta. Conexão em alta velocidade e TVs e filmes de alta definição estão a apenas um clique do controle remoto, instantaneamente. Quem vai querer sair de casa, pedir três ou quatro filmes e descobrir que todos estão alugados?

Serviços como o Netflix são, nada mais, nada menos, que locadoras virtuais: você navega pelos títulos como se estivesse na internet, clica no que quer ver, e pronto, lá vem o filme por satélite, com qualidade de blue-ray (incluindo som multicanal) e mais: a possibilidade de dar “pause”, voltar, avançar, rever quantas vezes quiser e fazer tudo que fazemos hoje no DVD.

Mas ainda acredito na venda do filme num suporte físico, apesar de também acreditar que haverá suporte, na “nuvem”, para que os colecionadores de filmes guardarem seus clássicos favoritos. Mas tê-los em DVD, ou blue-ray, ou o que vier depois, tem seu charme, capinhas, embalagens criativas, além de reunir, num só local, diversos documentários e featurettes sobre a obra.

Afinal, será difícil me desfazer dos meus 800 DVDs, por mais empoeirados que estejam.

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