quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O disco novo do Skank

Produzi esta matéria sobre o disco novo do Skank para a capa do Jornal da Paraíba da última quarta-feira (8). Gostei bastante do disco novo e, além da matéria, acrescento quatro músicas para o deleite de vocês, meus seis leitores (dois abandonaram o Meu Blog sem dó, nem piedade).


Na balada com o Skank
De volta ao estúdio com o produtor Dudu Marote, grupo grava músicas de Nando Reis, faz disco para cima e concebe um dos melhores álbuns da carreira

Foi numa festinha em São Paulo que os mineiros do Skank reencontraram um velho parceiro, Dudu Marote. Ele havia produzido dois discos da banda – ‘Calango’ (1994) e ‘O Samba Poconé’ (1996) – que fizeram muito sucesso em todo o país. ‘Calango’, por exemplo, atingiu a marca de 1,2 milhão de cópias vendidas, embaladas por hits como “Te ver”, “Pacato cidadão”, “Jackie Tequila” e a regravação de “É proibido fumar”. Depois, Dudu foi para balada e mergulhou na música eletrônica. E o Skank seguiu com seu som mineiro e simpático, produzindo um hit atrás do outro.

“Daí o Dudu fez um remix para ‘Seus passos’, que foi a última música de trabalho do nosso disco anterior, e mostramos umas músicas novas pra ele e acabamos chegando à conclusão de que, poxa, o Dudu é um cara que a gente já trabalhou, tem feito umas coisas com a gente, então, por que não oficializá-lo como produtor do novo disco?”, contou o tecladista Henrique Portugal, por telefone, ao JORNAL DA PARAÍBA.

E é assim que Dudu Marote, depois de 12 anos, voltou a trabalhar com o Skank. “O Dudu é um cara que tá completamente inserido nesse contexto da música eletrônica e essa união com o nosso som, que é um som mais orgânico, resultou em ‘Estandarte’”, diz, referindo-se ao disco que está chegando às lojas por estes dias, via Sony-BMG.

‘Estandarte’ traz 12 faixas novinhas em folha, que o grupo começou a trabalhar a partir de 14 de janeiro. “Tudo que a gente pensava era: temos que fazer um disco mais pulsante”, confessa Henrique. “Esse é um disco que remete ao nosso passado, e é bastante variado, musicalmente falando. Usando uma expressão que o Samuel (Rosa, vocalista) tem usado bastante, este é um disco mulato”, descreve o tecladista.

Com a mesma formação há 17 anos e até os mesmos parceiros, como o letrista Chico Amaral, que assina metade do repertório do CD, o Skank apresenta um disco repleto de hits certeiros e pra cima, baseados na ingenuidade do rock dos anos 1960 (faixas como “Pára-raio” tem um quê de Jovem Guarda) em baladas de amores inabaláveis. Boa parte das músicas foi gravada no estúdio depois de amaciadas em shows ao vivo.

Boa parte desses hits, aliás, vem da parceria de Samuel com Nando Reis. “O Nando Reis vem sendo parceiro nosso desde ‘Uma partida de futebol’. Neste disco, ele tem quatro músicas, talvez porque desta vez ele teve mais tempo para se dedicar”, comenta Henrique. São dele, por exemplo, a faixa de abertura (a citada “Pára-raio”), o single “Ainda gosto dela” (com Negra Li nos vocais), a balada “Sultimente”, cuja sonoridade não disfarça a paternidade do ex-Titãs, e “Renascença”, que encerra o disco.

Mas ‘Estandarte’ não se resume a Nando Reis. “Chão”, com sua carga eletrônica, que lembra um pouco “Discothèque”, do U2, é um dos bons momentos do álbum, ao lado de “Canção áspera” e seu forte acento para o The Police, e a balada “Noites de um verão qualquer. “Escravo” remete, de imediato, a um dos maiores sucessos do Skank, “Mandrake e os cubanos”, talvez na política de se reinventar da banda. E nessa política, umas decisões mais acertadas foi o reencontro do Marote. O resultado é um dos melhores álbuns do Skank.

Mineiros vão lançar vinil e webradio

A capa de ‘Estandarte’ é uma atração à parte. O Skank sempre teve uma atenção especial para com a arte de seus álbuns. “A gente sempre entendeu que a música é apenas parte da obra”, dispara Henrique Portugal. Através do empresário da banda, Fernando Furtado, o Skank chegou a Rafael Silveira, que criou não só a capa do disco novo, mas vários desenhos internos, tudo dentro de uma estética pop-retrô.

“O Rafael eu já conhecia do Frente (o tecladista do Skank apresenta um programa com bandas independentes no MySpace.com.br). Ele faz parte de uma banda lá de Curitiba chamada Los Dianos, cujos clipes são dirigidos por ele mesmo. Os desenhos que ele faz são ótimos”, elogia Henrique.

A arte de Rafael para a capa de ‘Estandarte’ deve ganhar maior relevância no LP que o grupo e a Sony-BMG planejam lançar. De acordo com Henrique, o novo álbum deve sair em vinil, assim como o primeiro disco – que à época saiu direto em CD. “O nosso primeiro disco (o homônimo Skank) deve sair em vinil muito em breve. Só faltam alguns detalhes para o LP estar nas lojas”, informa o tecladista.

O LP está sendo remasterizado a partir da gravação do disco independente – aquele que levantou a moral do grupo mineiro, com a expressiva venda de 10 mil cópias, o que levou o grupo a assinar com o selo Chaos. “O independente foi gravado em equipamentos analógicos, tem um som diferente do que saiu pela Sony”, explica o tecladista.
Não é só na onda nostálgica que o Skank embarca. O grupo, antenadíssimo com as novas tecnologias, anuncia que ‘Estandarte’ vai sair junto com um celular (o chamado álbum “embarcado”). A banda lança também um livro de partituras e ainda uma webradio, ainda este mês, no site oficial.

“A gente tem muita coisa gravada, desde o nosso primeiro show, em 1991. Então pensamos: por que não disponibilizar uma ou duas faixas desse disco, e também gravações raras, como uma versão especial para ‘Uma partida de futebol’?”, conta Henrique. “Mas a webradio não vai ter só as coisas do Skank. Vamos colocar lá artistas que a gente gosta e também bandas novas”. (AC)

3 comentários:

Gil de todos os dias disse...

Por mais que eles façam um som bacana e tal, eu não consigo gostar do Skank...

Maria Bonita Online disse...

Adoooooooooooooooro o som do Skank!
Com as músicas pra dançar, a banda levanta qualquer defunto (rs). E com as músicas pra ouvir e pensar na vida, eles se superam a cada lançamento.
Mas não faça drama não viu Cananéa!!! Você bem sabe que tem muito mais do que 6 leitores do seu blog. rs, rs, rs...
Sou sua fã, meu amigo querido!
Tava faltando uma figura do seu naipe pra falar de música com a sensibilidade que é tua marca registrada.
Beijão e bote pra ferver, porque o povo lê, viu!!!

André disse...

Gil, o Samuel me mandou MSG dizendo que ficou triste com seu comentário. hehehehe... Ah, Iana, obrigado pelas palavras sempre carinhosas e gentis! Até apareceu um leitor de ontem pra hoje!