sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Aeróbica ciberpunk


Estou na sala de imprensa do Mada. Acabei de vir de uma performance da paulista Madame Mim, um desses fenômenos da cena electroclash.

Primeiro foi o DJ. Depois, a rave. E agora, as performances. Num palco apertado, uma vocalista e um DJ botam a molecada para dançar.

Ano passado, o Montage, do Ceará, fez uma performance inesquecível no Mada. Na chamada tenda eletrônica, destinada a DJs, o grupo arrastou o público do Detonautas e o lugar ficou pequeno e quente (em todos os sentidos), a ponto de garotinhas de fino trato levantarem a blusa na hora do "Peitinho" (alguém gravou, botou no Youtube, mas três dias depois já tinha sido retirado).

Não sei se foi isso (o show do Montage, não o vídeo dos "Peitinhos") que detonou uma onda electro em Natal, mas o fato é que um dos grupos mais populares da cidade é o Barbekill, que se apresentou ontem. Fui dar uma volta e passei pela tenda. Vi um burburinho e pensei até que era algum sorteio da Tim (patrocinadora do festival). Era um show da molecada, bem animado.

Daí hoje foi a vez da Madame Mim. Nascida em Buenos Aires há 28 anos, há 25 morando em São Paulo, Madame Mim é Mariana Eva que, acabei de descobrir, chegou a fazer parte da banda Polux, de onde saiu a Bianca do Leela.

Mariana embarcou na onda electro. Com um ano, já foi duas vezes a festivais da Europa e se apresenta pela primeira vez em Natal, com total reverencia por parte da molecada.

Impressionado com a voracidade com que garotos e garotas na faixa dos 15 aos 20 anos idolatravam a cantora, perguntei a Mariana se a onda electro era uma coisa teen. “É uma geração nova, mais antenada com o electro, que também é uma coisa nova. O rock ficou para os mais velhos”, disse.

Mariana confirmou que a idéia é a pura diversão mesmo. Com um collant amarelo e violeta, em cima de uma mesa e cantando em espanhol letras sem o menor sentido sobre batidas aceleradas, a impressão que dava era de se estar em uma aula de aeróbica ciberpunk ou coisa parecida. Na platéia, a molecada levantava faixas, cartazes e dava gritinhos histéricos.

Moral da história: meia-hora de balada frenética, camisa suada e meio quilinho a menos.


Nenhum comentário: