segunda-feira, 9 de junho de 2008
Eric Clapton atirou no xerife, mas no deputado não! Sei...
Acabei de chegar do shopping. Fui comprar o presente da namorada... acabei comprando um pra mim também. Hehehehe.
Peguei um DVD do Eric Clapton, ‘Live In Hide Park’ - tava baratinho.
Enfim, eu tenho algo do velho Clapton que o povo adora adorar. Na verdade, já tinha um único CD dele, que é o que ele canta somente Robert Johson.
Eu gosto de blues. Mas de Eric Clapton não.
E porque que alguém que não gosta de um artista compra um DVD dele? Ainda mais nesses tempos de pirataria, baixar de graça na net, etc., etc., etc?
Para ter certeza que não gosta, oras! E ter aquele sensação sádica de que jogou dinheiro fora. Mas talvez eu não seja assim tão dramático.
Eu gosto de blues. Gosto muito. Mas eu acho Eric Clapton um charlatão. Ainda mais quando ele pousa de bluesman. Nesse show, ele canta muitos clássicos (“Hoochie coochie man”, “Every day I have the blues”), mas dá uma estranha sensação de que ele se apodera do que não é dele.
Ah, no repertório rola “I shot the sherif”, de Bob Marley. Reggae. Vá lá… ele atira no xerife, mas no deputado também, viu?!
O blues não é a praia desse cara.
É diferente, por exemplo, quando Steve Ray Vaugh subia ao palco. O blues fazia-lhe pulsar as veias a cada acorde.
Eric Clapton não.
Não sei o que aconteceu lá atrás que ele se infiltrou no meio e ganhou respeito. E muita gente compra o cara como “deus da guitarra” até hoje.
Prefiro meus santos: B.B. King, John Lee Hooker e até Ike Turner, que de tanto bater em Tina, deve estar mesmo é no inferno a essas horas, mas a música que ele deixa é divina.
Ah, e, claro, Robert Johnson que, diz a lenda, fez um pacto com o capeta para alcançar o Reino dos Céus. Que caminho mais esquisito. Varei...
Mas Eric Clapton é superestimado.
Você pode até discordar comigo - e com certeza vai - mas o blues não é para virtuose. O blues é mais alma do que técnica.
Por favor, ensinem isso para esses meninos de granja.
Eu até curti ‘Live In Hide Park’. Acho legal para receber os amigos, botar no som e tomar uma cerveja. Mas nada mais que isso.
E assim, encerro minha - até certo ponto volumosa - discografia de Clapton: um CD (de covers) e um DVD (de blues).
É o bastante.
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2 comentários:
Grande André....
Já falei mil vez que tu é o cara, sendo assim posso dizer que esse blog é O Blog..
Adorei os textos até agora..
Abraço
Ivo
É claro que vou discordar!:)
O tal do Clapton fez lá trás apenas, nada mais que isso, um dos power trios mais significativos e de importância sem igual na história do rock. Só foi isso que ele fez! Que conste aqui que não sou fã do cara - sou fã do Winwood que junto com ele fez "Can´t Find my way home", a masterpiece na minha opinião - e que eu adoro discordar de você.
Divertido seu blog, gostei!:)
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