sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Valeu o ingresso


Acabo de sair do cinema em estado de choque.

Tudo começou quando Renato Félix chegou na redação bastante empolgado a respeito de O Nevoeiro (The Mist, EUA, 2007).

Confesso que da estréia do filme, há uma semana em João Pessoa, eu não me empoguei. Não dou muito crédito a filmes como A Bruma Assassina e A Névoa e esses filmes bestas onde uma fumaça sai matando pessoas.

Subestimei O Nevoeiro, que ainda está em cartaz em boa parte do país.

Primeiro, porque não reparei que era baseado no livro de Stephen King.

Tá, mas só isso não vale. Fui aos cinemas ver aquela porcaria de O Apanhador de Sonhos porque era baseado em livro de King. E Cemitério Maldito, cujo livro Cemitério eu gostei muito na época que eu li, é um bom filme - se você é fã dos Ramones! Mas não traz a carga stephenkinguiana que os textos do autor americano carregam.

Mas existe uma combinação aí para este O Nevoeiro que é garantia de um filme que vai mexer com seu vísceras: Stephen King + Frank Darabont.

O diretor e roteirista de O Nevoeiro já adaptou dois livros de King para o cinema que deram muito certo: Um Sonho de Liberdade (1994) e A Espera de Um Milagre (1999). Estes e O Iluminado, de Kubrick, são as melhores versões de livros de King para o cinema. E agora O Nevoeiro - os links são para trailers desses filmes.

Não se trata apenas de uma bruma assassina. O filme, como nos bons livros de King, tem como ponto forte o horror piscológico quando um grupo de pessoas se vê acuada em um supermercado, porque lá fora, numa névoa branca que não deixa ninguém enxergar a um palmo do nariz, habitam seres que querem fazer dos moradores de uma tranqüila cidadezinha das montanhas, a refeição do dia.

O Nevoeiro se passa praticamente dentro do supermercado. Nevoeiro e o que sai dele nem constitui a parte importante do filme, mas sim um bando de personagens desesperados, que ganham interpretações magistrais de atores como Marcia Gay Harden (ganhadora do Oscar Sobre Meninos e Lobos) como uma religiosa fervorosa e Frank Darabont, como um destemido pai de um garoto indefeso.

Há tempos, o cinemão de Hollywood devia um filme assim, que não subestima o espectador que sai de casa e paga ingresso caro para se sentar por duas horas em frente a um telão gigante. Com segurança, Darabont mostra que tomou direitinho lições de mestres como Hitchcock e Brian De Palma e cria um terror psicológico extremamente denso.

Ufa! Escrevi isso num fôlego só. Agora tenho que trabalhar. Vou deixar vocês com o trailer legendado (as legendas são de Portugal) do filme e espero que vocês se animem a ir ao cinema e me contar o que acharam.


Bom filme.

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